Há 45 anos, a família Ferreira passou por um grande drama dentro do Mineirão. A matriarca, dona Eunice Frota Ferreira, torcedora fervorosa do Cruzeiro, teve um infarto durante um clássico entre a Raposa e o América, e acabou não resistindo e morreu no estacionamento do estádio. "A minha avó era daquelas torcedoras doentes. Tinha flâmula, camisa. Ela ligava só para o Cruzeiro. Para a seleção não estava nem aí. Foi o Piazza (ídolo celeste) quem levou a bandeira do Cruzeiro para o enterro dela", conta o engenheiro agrônomo Octaviano Ferreira, 55 anos.

Ao lado da esposa, a dentista Daniela, 48 anos, dos dois filhos do casal, Gustavo Otaviano, de 12, e Henrique Otaviano, de 9, além da tia-avó, a aposentada Cristina Pacheco, de 74 anos, eles vieram direto de Alfenas, no sul de Minas, para acompanhar de perto no Independência a partida entre Cruzeiro e Bragantino, às 16h, válida pela 17ª rodada da Série A. 

Um detalhe curioso é que Daniela virou a casaca por amor à família. “Meu pai era atleticano, frequentava o Mineirão e eu também torcia para o Atlético. Mas pelos meus filhos, eu acabei  virando cruzeirense", conta.

Já dona Cristina, tia avó de Octaviano, conhecia muito dona Eunice e se lembra com carinho dela. “Era uma pessoa maravilhosa. Nesse dia (da morte no Mineirão) eu não estava com ela. Mesmo com esse ocorrido, a paixão pelo Cruzeiro não diminuiu. Muito pelo contrário. E está passando pra essa geração seguinte”, ressalta Cristina Pacheco apontando para Gustavo e Henrique.

Apesar de já terem ido em vários jogos do Cruzeiro no Mineirão, esta é a primeira vez da família no Independência. E eles estão otimistas com a fase da Raposa que vem de uma sequência de boas vitórias (Corinthians e Grêmio). "A expectativa é a melhor possível; é a estreia de Cássio. Mesmo com o Anderson estando bem, não tem como deixar o Cássio no banco. Arrisco o placar de 2 x1", crava Octaviano.