Após a derrota de 2 a 0 do Cruzeiro para o Atlético, no Mineirão, neste domingo (9), Alexandre Mattos, CEO celeste, subiu o tom contra a Federação Mineira de Futebol (FMF). Em pronunciamento realizado no lugar da tradicional coletiva do treinador, o dirigente detonou a atuação do árbitro de vídeo do clássico, cobrou mais 'isenção' da FMF e afirmou que a Raposa não aceitará mais árbitros locais em futuros clássicos.

Mattos afirmou que a situação do Cruzeiro com a arbitragem já vem acontecendo há muito tempo e que agora chegou a um limite. "Não viemos aqui reclamando de arbitragem. A gente vem falar de fatos que aconteceram e vem acontecendo com o Cruzeiro de longa data. Desde quando chegamos aqui a gente escuta aquela situação de que o Cruzeiro vem acumulando algumas situações que o Cruzeiro entende serem maléficas ao clube, já de alguns anos", iniciou.

O cartola celeste afirmou que o Cruzeiro até tentou dar um voto de confiança, mas elencou quatro fatos que, segundo ele, são inquestionáveis, principalmente em relação aos 'dois pesos e duas medidas' adotados pelo árbitro de vídeo (VAR).

"A gente buscou acreditar, confiar, conversar, ser profissional, da maneira que tem que ser, só que a gente vai aos fatos. O fato é, hoje, pouco antes da expulsão do Gabriel, um pisão na nossa visão, de maneira proposital, onde todos acompanharam e não teve ou o árbitro não quis, não teve a chamada do VAR. E o VAR teve papel fundamental no jogo de hoje. Dudu foi pisoteado por um companheiro de profissão, que deveria ser no mínimo questionado as imagens", citou Mattos como primeiro elemento de sua fala.

"O fato 2 é que no lance do Gabriel, pessoas da comissão técnica do Cruzeiro que estavam próximas, me relataram no vestiário que o próprio arbitro de campo dizia - e nós vamos pedir as gravações (do VAR) 'ele abaixou a cabeça', mas o VAR insistindo na expulsão, acredito eu. Se o árbitro vai lá e expulsa é porque alguém ficou na cabeça dele", acrescentou.

No pronunciamento de Mattos 'sobrou' até uma referência direta a Cuca, técnico do Atlético. "Fato 3, a arbitragem central e os dois bandeiras eram todos mineiros. Aí fica o questionamento, por que veio um árbitro de VAR lá do Paraná? Não entendi isso. Nascido em Curitiba. A gente sabe que o treinador do nosso rival é de Curitiba. Estranho, no mínimo".

Mattos também fez uma cobrança direta à FMF, insinuando possíveis facilidades que a entidade daria ao arquirrival. "Fato 4, a Federação (Mineira de Futebol) precisa de uma vez por todas ser uma federação isenta, correta, transparente. A gente exige isso. O Cruzeiro começou o Mineiro tendo que mover uma montanha para fazer uma mudança de jogo. E aí, vem o treinador do Atlético publicamente falar que jogaria na quinta, e aí 24 horas depois, o jogo passou para terça. Não vamos aceitar passivamente esse tipo de situação externa atrapalhando nosso dia a dia", acrescentou. 



Por fim, Mattos falou qual a posição do Cruzeiro para os próximos clássicos. "Para o nosso torcedor, vamos falar abertamente o que nós temos de sentimento: ou muda ou nós vamos continuar vindo aqui e falando o que está acontecendo. Não vamos aceitar isso. O Cruzeiro já vai deixar claro que qualquer clássico para frente não tem a confiança mais de ter arbitragem mineira. Queremos arbitragem de fora. Amanhã já estamos mandando ofício. Já vamos informar que o do VAR, que veio de Curitiba, definitivamente nunca mais participar de um jogo do Cruzeiro".