O técnico Leonardo Jardim chegou ao Cruzeiro com a missão de transformar um elenco badalado em um time competitivo, após o rendimento baixo no Campeonato Mineiro 2025. O treinador português já está fazendo ajustes na equipe, após um mês de preparação. Para que a Raposa tenha cada vez mais chances de vencer partidas, um dos desafios para o comandante lusitano é melhorar o desempenho do time na bola aérea.  

Em entrevista ao Cruzeiro Cast, um produto oficial do clube, o técnico falou sobre o processo de estruturação de time que está em andamento na Toca da Raposa 2. Na conversa, o treinador identificou na bola aérea uma das dificuldades da equipe. Neste aspecto, o treinador mostrou preocupação com os gols sofridos em bolas altas.

"Nossa equipe tem jogadores com dificuldades no jogo aéreo. Hoje em dia todas as equipes têm jogadores altos e criam situações de perigo. Não podemos jogar com dez jogadores que não tenham capacidade de força aérea. Você joga bem, mas o adversário faz dois gols de bola parada e tudo se perde", pregou.

Falta de gols na bola parada

O treinador também comentou sobre a bola alta do Cruzeiro no ataque. Ao tocar no assunto, o comandante celeste citou o atacante Dinenno como uma possível arma da Raposa. O treinador aguarda o retorno do atleta para poder avaliá-lo mais profundamente.

"Dinenno pode oferecer ao elenco características diferentes das dos outros atacantes. Nas bolas paradas, é poderoso no jogo aéreo e nos cruzamentos pode ser solução em termos de bola aérea, quer defensiva ou ofensiva. Acredito que ele vai ajudar", projeta.

O Cruzeiro tem apresentado rendimento baixo quando o assunto é marcar gols de escanteios, faltas ou cruzamentos. Isso ficou evidente em 2024. Segundo dados dos sites O Gol e Sofascore, no Campeonato Brasileiro, por exemplo, apenas cinco dos 43 gols celestes foram marcados com bola parada, mas com um detalhe: quatro foram de pênalti e nenhum surgiu de uma cobrança de falta ou de um escanteio direto. 

A bola alta ofensiva cruzeirense também não teve dos melhores números na Copa Sul-Americana 2024. Dos 16 tentos da equipe no torneio, apenas dois surgiram de escanteios diretos – contra Alianza-COL e Universidad Católica-EQU.

Contra o Boca Júniors-ARG, nas oitavas de final da competição, um escanteio gerou o segundo gol no Mineirão, mas após um bate-rebate na grande área, sem que a cobrança chegasse diretamente a um atleta cruzeirense. Na Copa do Brasil 2024 e nos Campeonatos Mineiros 2024 e 2025, nenhum cruzamento de bola parada gerou gols para a Raposa.  

Procura-se batedor 

Parte das dificuldades do Cruzeiro para aproveitar melhor escanteios e faltas pode ser explicada devido à ineficiência dos cruzamentos. Dados dos sites O Gol e Sofascore mostram um baixo índice de acertos nos levantamentos feitos pelos cobradores estrelados. No Campeonato Mineiro deste ano, por exemplo, o aproveitamento da Raposa nos cruzamentos foi de apenas 34.9%, contando bola parada e bola rolando. 

O desempenho foi parecido no estadual do ano passado, quando o Cruzeiro acertou apenas 36% dos cruzamentos tentados. Na Copa Sul-Americana de 2024, apenas 21,6% dos levantamentos para a área feitos pelo time azul chegaram ao alvo. O pior aproveitamento do Cruzeiro nos cruzamentos no ano passado foi registrado no Brasileirão: apenas 18,9%. 

Costumeiramente, os escanteios e faltas a favor do Cruzeiro são cobrados por Matheus Pereira. Quando não é o camisa 10, quem assume as cobranças é William ou Lucas Silva, quando estão em campo.