O goleiro Cássio, do Cruzeiro, utilizou as redes sociais na noite desta sexta-feira (22/8) para relatar dificuldade em matricular a filha Maria, de sete anos, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA), em escolas de Belo Horizonte.

Segundo o jogador de 38 anos, Maria conta com uma profissional especializada que a acompanha desde os dois anos de idade, quando moravam em São Paulo. Sem citar nomes de instituições de ensino, Cássio afirmou que as escolas não aceitam a presença dessa profissional na sala de aula para auxiliar a filha.

"Hoje, como tantos outros pais de crianças autistas não verbais, venho compartilhar algo muito doloroso. Tenho tentado matricular minha filha em diferentes escolas, mas a resposta quase sempre é a mesma: ela não é aceita. Tudo isso porque a Maria tem uma pessoa especializada que a acompanha desde os 2 anos de idade. Essa profissional veio com a gente de São Paulo, conhece a Maria profundamente, tem a confiança dela e poderia ajudá-la dentro de sala sem atrapalhar o andamento das atividades", iniciou Cássio.

"Mesmo assim, as escolas não aceitam essa ajuda. Muitas vezes somos chamados para conversar, eu e minha esposa vamos até a escola, explicamos tudo, mostramos disposição em colaborar. No final, a resposta é sempre negativa", continou.

Cássio desabafa sobre não conseguir matricular filha autista em escolas (Créditos: Reprodução / Instagram @rcassio12)

Ainda no relato, Cássio diz que apenas uma escola aceitou a situação da filha Maria, e que se não fosse por essa instituição, a filha não teria onde estudar em Belo Horizonte. O goleiro também ressalta a falta de coerência de locais que se dizem inclusivos, mas que não prática não o são.

"Se não fosse por uma única escola ter aceitado a minha filha, a Maria simplesmente não teria como estudar em Belo Horizonte.
O mais triste é ouvir isso justamente de escolas que se apresentam como 'inclusivas', que dizem aceitar todos os tipos de crianças. A realidade, no entanto, é bem diferente. Como pai, ver sua filha rejeitada simplesmente por ser autista é algo que corta o coração. Inclusão não é só palavra bonita em propaganda, é atitude. E ainda estamos muito longe de viver isso de verdade", concluiu o goleiro.