Aos 31 anos, o goleiro Elisson viveu uma das maiores provações de sua vida em 2018. Uma batalha que foi travada longe das quatro linhas e acabou sentenciando o falecimento seu filho, Lucca, após um acidente doméstico, aos seis anos. Em entrevista à Super Notícia FM 91.7, o jogador relembrou o período difícil, mas ressaltou que onde quer que for, Lucca estará sempre com ele.
"O Lucca era a alegria e sempre vai ser alegria. As coisas que guardo no coração é o sorriso dele, o carinho dele. Foi feita a vontade de Deus, e o Lucca veio para nos ensinar muitas coisas e deixar um legado", disse o jogador.
"Ele viveu comigo esse mundo do futebol 24 horas por dia. Com um ano e meio, ele (Lucca) sabia o nome de todos os atletas do Cruzeiro de 2013. Pequeno, ele já entrava na rouparia do Geraldinho e pegava as bolas, ia para os treinos. E é que eu disse: uma das minhas exigências para o próximo clube que eu for é ter o rosto dele na camisa. Onde minha mão não alcançar a bola, a mão dele vai alcançar. O clube que decidir me contratar vai ter dois goleiros: o Lucca e o Elisson", complementou o arqueiro, natural de Brumadinho.
Elisson estava inicialmente apalavrado com o Villa Nova para a disputa do Campeonato Mineiro. No entanto, o goleiro recebeu uma nova proposta de contrato do Cruzeiro e acertou com a Raposa, clube que o revelou para o futebol, até o fim do ano que vem. O jogador aguarda agora a decisão do Cruzeiro para saber qual será o seu destino. A possibilidade maior é defender a camisa do Ipatinga, na disputa do Módulo II do Campeonato Mineiro.
"Eu estou forte, só tenho que agradecer a Deus por me dar a oportunidade de retornar a grande um clube, isso só me traz lembranças boas, só tenho que agradecer ao Cruzeiro, eu estou doido para aparecer um clube para eu treinar e fazer o que eu mais gosto", pontuou.
"Eu tinha apalavrado com o Villa Nova, estava em um período de luto, meus pais são de Brumadinho e queria ficar mais próximo deles, mas em seguida recebi o convite do Cruzeiro. Conversei então com o pessoal do Villa, eles entenderam, tentamos o empréstimo para o Campeonato Mineiro, mas as coisas não andaram. Agora eu estou esperando o Cruzeiro, mas existe uma grande possibilidade de ir para o Ipatinga, que está se reestruturando para disputar o Módulo II. O mais rápido possível quero definir o meu futuro", salientou o goleiro.
Após viver um momento complicado na carreira com uma lesão raríssima na coxa no ano passado, o jogador destacou que quer agarrar com unhas e dentes a próxima oportunidade que receber.
"Tenho muita lenha para queimar, estou com sangue nos olhos. Em 2016, quando joguei no Coritiba, foi o ápice da minha carreira. Eu retornei para o Cruzeiro, esperava ter a oportunidade, infelizmente não tive, o Lucas frança foi muito bem, é um amigo pessoal e torço para o sucesso dele. O que atrapalhou minha carreira foi a lesão do ano passado, mas a avaliação é positiva. As lesões não têm como eu segurar, e olha que as minhas lesões só são raras, a do ano passado acontece com duas pessoas em um milhão. Estou muito feliz, e tenho certeza que vou dar mais uma volta por cima na minha carreira. É uma oportunidade única e eu quero agarrar com unhas e dentes", encerrou Elisson.