A saída do atacante Vitor Roque do Cruzeiro segue gerando muita polêmica. Na madrugada desta quarta-feira (13), o empresário André Cury, agente do jogador, rebateu nota emitida pelo Cruzeiro no dia anterior, deu detalhes sobre como se desenrolou a negociação com a Raposa e ainda afirmou que a gestão do clube celeste foi "omissa" e "amadora" com um dos "principais ativos" do clube.
"A conduta omissa da diretoria do Cruzeiro em relação ao Atleta com o constante descaso na oferta de salários apresentados somado ainda, a absurda imposição para a Celebração intempestiva de um novo Contrato Especial de Trabalho quando havia contrato vigente gerou a insatisfação no Atleta e culminou na rescisão unilateral de contrato, ou seja o simples fato da clausula indenizatória ser estipulada em um valor abaixo do valor de mercado do atleta não representa culpa do Atleta e muito menos de seus representantes e sim, demonstrou amadorismo na gestão e ausência de profissionalismo necessário para gerir um Clube grandeza e com a história do Cruzeiro", afirmou Cury, em trecho da nota emitida nesta madrugada.
Cury fez questão de detalhar o passo a passo das negociações com o Cruzeiro na tentativa de aumentar o salário de Vitor Roque, o que teria efeito automático também no valor da sua multa rescisória para o mercado nacional.
Segundo o empresário, no dia 7 de março, ele enviou um representante à Toca da Raposa para tratar do aumento salarial de Vitor Roque. A proposta inicial teria sido de R$ 60 mil.
Cury afirma que, no dia 18 de março, Pedro Martins, diretor de futebol do Cruzeiro, o enviou uma mensagem, via whatsApp, afirmando que "a demanda Roque pode ser que ande".
Ainda conforme o empresário, no dia 23 de março o Cruzeiro chegou a enviar mensagem aceitando a proposta de salário de R$ 60 mil, mas teria condicionado tal valor a confecção de um ovo contrato de trabalho. Tal proposta não foi aceita pelo staff de Vitor Roque.
Dois dias depois, o departamento jurídico do Cruzeiro teria feito contato com a advogada de André Cury, encaminhando um novo contrato, mas com o salário de R$ 50 mil. Em sua nota, o empresário acrescentou até um print da conversa.
Já no dia 30 de março, Pedro Martins teria feito um último contato, afirmando que o clube só aumentaria o salário do jogador se o contrato atual fosse rompido e assinado um novo vínculo.
Solucão simples
Em sua nota, André Cury afirma que apresentou até uma sugestão mais "simples" para o Cruzeiro resolver a questão: aumentar o salário de Roque por meio de um aditivo contratual. Segundo ele, se isso fosse feito, o atacante passaria a ganhar R$ 60 mil por mês e a multa rescisória passaria a ser de R$ 120 milhões.
Cury ainda 'cutucou' a gestão do Cruzeiro, dizendo que Ronaldo e sua equipe pareciam muito mais preocupados com a "articulação de convencimento do seu Conselho Deliberativo para entregar as Tocas à SAF, de Ronaldo Nazário, que esqueceram de dar atenção a um dos principais ativos do clube".
"Abandonado pela atual gestão, o atleta aceitou a proposta salarial ofertada pelo Athletico Paranaense, que veio a desaguar na rescisão unilateral do contrato, cuja decisão foi comunicada ao Cruzeiro em 10 de abril", finalizou o agente.