Redenção completa

Após ver penta do camarote, Dedé sonha com taça para agradecer torcida

Jogador atingiu nível técnico que impressiona nesta Copa do Brasil; fez sua primeira falta no torneio contra o Corinthians, no Mineirão

Por Josias Pereira
Publicado em 15 de outubro de 2018 | 08:00
 
 
 
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Faturar a Copa do Brasil na próxima quarta-feira será muito especial para todo o elenco do Cruzeiro. Mas para Dedé terá um gosto ainda mais especial. O ano de 2018 simbolizou para o atleta a redenção em uma carreira que muitos davam como encerrada. Convocado à seleção brasileira e de volta ao time titular do Cruzeiro, ele provou estar totalmente recuperado das seguidas lesões que sofreu nos joelhos. Um calvário que parecia não ter fim. 

No entanto, na quarta-feira, quando entrar em campo em busca de seu primeiro título nacional atuando desde 2013/2014, não apenas as conquistas individuais de Dedé estarão em jogo. O jogador fará questão de entregar-se ao extremo pela taça para honrar àqueles que o fizeram, cada um à sua maneira, nunca ficar pelo caminho. 

"Certamente vai significar muito para mim. No lado pessoal, lembrei até esses dias em casa, quando estava sozinho, é algo até emotivo que eu passei, por eu estar jogando uma final pelo Cruzeiro novamente e podendo entrar para a história, significa muito. Este título eu quero dar aos torcedores do Cruzeiro, à diretoria e aos meus companheiros como uma forma de gratidão", pontuou Dedé. 

"Quero dedicar este título ao torcedor que sempre acreditou no meu trabalho, pediu sempre, desde quando eu me lesionei pela primeira vez, por meu retorno, a comissão por ter tido paciência comigo, poque eu sempre ia e voltava, mas eles sempre acreditaram que eu poderia ajudá-los, nunca pediram para que eu fosse emprestado, que eu tentasse outra coisa, não falaram para eu parar, mas sempre confiaram na minha volta. E aos companheiros, que sempre tiveram paciência, mas sempre me deram força, sempre me deram confiança dentro de campo. Este meu momento vale pelo fato deles sempre terem me apoiado. E o ponto principal é sempre a gratidão a Deus, abaixo dele minha família, porque neste momento eu aprendi muita coisa, minha religião, acho que não importa você ser católico, evangélico, ou alguma coisa, mas como eu creio muito em Deus e Nossa Senhora vivi muitos momentos de reflexão, e isso me deu muita força. Sempre estive ao lado da minha esposa, da minha mãe, nas preces por mim, e acho que este título vai ser uma forma de agradecimento por todas estas pessoas que eu citei", completou o zagueiro. 

Copa do Brasil que escapou de Dedé com o Cruzeiro em 2013, com uma eliminação amarga para o Flamengo nas oitavas de final, e depois com o Atlético na decisão do ano seguinte. Em 2017, o jogador assistiu toda a conquista de seus companheiros do camarote, mas agora terá a possibilidade de levantar a tão sonhado taça jogando e em grande nível.

Na Copa do Brasil, Dedé tem atingido um ápice técnico que o faz ser comparado até com o ícone paraguaio Gamarra. No jogo da ida contra o Corinthians, no Mineirão, ele fez sua primeira falta em todo o torneio, um retrospecto bastante curioso para um defensor. Mas Dedé, um cara de grupo como é, divide os méritos com o companheiro Léo. 

"Gamarra é outro nível (risos). Nem lembrava se eu tinha feito falta (na Copa do Brasil), mas o importante é que nossa função eu e o Léo a gente conseguiu cumprir muito bem. Em um jogo de final seu goleiro não ter feito nenhuma defesa é de se enaltecer", encerrou o atleta. 

Corinthians e Cruzeiro enfrentam-se pela decisão da Copa do Brasil na próxima quarta-feira, às 21h45, em Itaquera. Com o 1 a 0 na ida, o time mineiro precisa de um empate para ficar com o hexacampeonato do torneio nacional. 

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