Desde a punição que a Conmebol aplicou no Santos por conta da escalação irregular do meia uruguaio Carlos Sánchez, a Copa Libertadores vem sendo contestada pelos clubes. Um imbróglio que envolve a displicência da própria entidade em relação à situação do meio-campista Bruno Zuculini, do River Plate, que atuou por sete partidas de maneira ilegal, mas como o erro partiu da Conmebol e a penalidade foi prescrita, o clube argentino se safou. .
A reclamação da vez no continente sul-americano tem como alvo o atacante Ramón Ábila. O ex-cruzeirense e que hoje atua no Boca Juniors teve sua escalação contestada pelo Libertad-PAR, adversário dos argentinos nas oitavas de final.
Os paraguaios enviaram uma nota oficial à imprensa declarando que consultaram o sistema de inscrições da Conmebol para saber se Ábila teria que cumprir mais partidas de suspensão após o soco que desferiu no zagueiro Yerry Mina, à época no Independiente Santa Fe-COL, pela Copa Sul-Americana de 2015. A contestação do clube baseia-se na punição aplicada ao atleta, que teve o gancho ampliado de uma para três partidas.
COMUNICADO DEL CLUB LIBERTAD
— Club Libertad (@Libertad_Guma) 11 de setembro de 2018
Respecto a la supuesta actuación antirreglamentaria del jugador Ramón Abila en los juegos #Libertad vs Boca Juniors,
Copia de la nota enviada a Conmebol y copia de las consultas sobre la situación del jugador al sistema COMET pic.twitter.com/3B7f6yvKvE
No entanto, Ábila cumpriu apenas um jogo e atuou nas partidas seguintes do Huracán no torneio. No sistema da Conmebol, o COMET, consta apenas um jogo de punição ao argentino. O atacante vem participando de partidas regulares nos torneios da Conmebol desde então. Já são 16 jogos disputados e nenhuma contestação por parte dos clubes. A polêmica é que como não houve nenhuma reclamação 24 horas após os jogos, o período para reclamação prescreveu.
Para evitar qualquer tipo de problema, o Boca Juniors já havia retirado Ábila da partida contra o Libertad, no Paraguai. O atleta não deverá enfrentar o Cruzeiro no primeiro jogo das quartas de final, na próxima semana. Ele sofreu uma lesão grau 2 no músculo posterior da panturrilha direita. Sem o centroavante, o técnico Guillermo Schelotto ainda conta com nomes como Tévez, Zárate e Benedetto.
Cruzeiro preferiu se precaver
O Cruzeiro, no início da Libertadores deste ano, também conviveu com a dubiedade do sistema de inscrições da Conmebol. A equipe só foi receber uma orientação da entidade sobre a possibilidade de escalar o lateral-direito Edilson e o zagueiro Léo na véspera do duelo com o Racing, pela abertura do torneio. O clube ainda tentou reverter o quadro, mas não obteve sucesso junto à entidade e preferiu retirar os dois atletas para evitar punições.
O zagueiro Léo foi expulso na última partida do Cruzeiro pela Sul-Americana de 2017, e o lateral direito Edilson, que recebeu o terceiro cartão amarelo na partida final da Libertadores do ano passado, cumpriram suspensão automática. Essas punições davam margem a mais de uma interpretação.