O clásisco entre Atlético e Cruzeiro, domingo (6), às 18h, no Mineirão, contará com o "reforço" importante da tecnologia para inibir a prática de atos de violência e vandalismo. Todo torcedor que for flagrado realizando um ato ilícito, passará por um cadastramento oficial e será impedido de frequentar os jogos do clube para que torce.

A iniciativa é uma realização do Juizado do Torcedor, contando com o apoio de uma empresa mineira especializada em biometria facial. "O torcedor que brigar ou causar confusão nos estádios da capital mineira ficará proibido de acompanhar outros jogos do time, como previsto na lei e no estatuto do torcedor", reforça Flávia Birchal, coordenadora dos Juizados Especiais

Segundo ela, a utilização da tecnologia facilitará o processo de certicação de que o torcedor punido por algum ato ilícito não tenha mesmo acesso aos demais jogos. Com a identificação facial, caso algum deles tente acessar o estádio, será imediatamente identificado.

Ricardo Cadar, diretor da Biomtech, diz que a segurança do sistema é uma das preocupações principais, até mesmo para evitar possíveis 'injustiças'. "Não há o que se preocupar, porque o equipamento é totalmente seguro. O sistema é antifraude e as informações são sigilosas, sem o risco de serem vazadas", destaca.

Cadar ressalta que o sistema já é utilizado com sucesso há três anos, dentro da parceria com o Tribunal de Justiça, por meio da Vara de Execuções Criminais da capital. A ferramenta foi utilizada para o controle dos apenados em 'regime aberto'. De acordo com o diretor da empresa, "com o uso da tecnologia foi possível reduzir o tempo médio de apresentação desses apenados de 4 horas para apenas 30 segundos".

A utilização do sistema em Belo Horizonte é pioneira no país, mas o objetivo e expandir a ferramenta também para estádios do interior de Minas e ainda de outros estados. "Nosso objetivo é levar essa ferramenta para todo Brasil e assim, garantir o cumprimento das leis e aumentar a segurança nos estádios", destaca Cadar.

Nos últimos dias, vários episódios de violência envolvendo times de futebol foram registradas no país. Veículos que levavam as delegações de Náutico, Bahia e Grêmio foram apedrejados. No caso em Salvador, o goleiro Danilo Fernandes foi atingido no rosto. Em Porto Alegre, o volante Villasanti sofreu traumatismo craniano e precisou ser hospitalizado. O clássico com o Internacional sequer foi realizado.

No mês passado, o Mineirão também foi palco de violência entre torcedores durante a partida entre Brasil e Paraguai, pelas eliminatórias sul-americanas da Copa do Catar. Várias pessoas acabaram detidas pela polícia, que confirmou depois que a maior parte dos detitos eram integrantes de torcidas organizadas de Atlético e Cruzeiro.

Facilidades a caminho

O próximo passo na utilização da tecnologia pode ser permitir que o torcedor também tenha acesso ao estádio por reconhecimento facial. Assim, após cadastar todos os documentos no aplicativo do sistema (ingresso ou comprovante de vacinação, por exemplo), ele teria a entrada liberada nas catracas.

"Dessa forma, o torcedor pode ir assistir ao time do coração sem preocupação em levar esses documentos no bolso, carteira ou na bolsa, mais comodidade e segurança", finaliza Cadar.