Dos 30 conselheiros que foram excluídos do quadro associativo do Cruzeiro no mês de abril, 29 entraram na justiça para ter direito a votar nas eleições do próximo dia 21 de maio. Mesmo vendo o sucesso no pedido de 18 deles, o único que optou por não entrar na justiça foi Jorge Lúcio Turci. A reportagem, então, procurou o conselheiro para entender os seus motivos.
"Atualmente, com a pandemia, estou ficando muito em casa é tenho um netinho de um ano que fica na minha casa todos os dias. Você acha que vou brigar na justiça para votar? A minha vida é muito mais importante do está acontecendo no momento do Cruzeiro. Tomara que o próximo presidente possa na verdade ajudar o Cruzeiro a voltar a ser grandioso", disse Jorge ao SuperFC.
A medida de exclusão dos conselheiros foi feita por um Comitê de Ética e assinada pelo presidente em exercício do clube, José Dalai Rocha, que foi citado por Jorge. "Quando foi feito o registro para o nosso afastamento do Conselho, fiquei muito triste com a postura do Dalai, que nunca esteve no clube para avaliar o trabalho de ninguém", pontuou.
A justificativa para a exclusão dos conselheiros se deu pelo fato de que eles eram remunerados na gestão de Wagner Pires de Sá. Essa situação é proibida pelo estatuto do clube. No caso de Jorge, sua remuneração ocorreu em trabalhos prestados ao clube social da Pampulha, que pertence ao Cruzeiro.
"Sou professor aposentado, fui coordenador de grupos de terceira idade no Sesc por vários anos, trabalhei também com festas, eventos, Carnaval e várias outras atividades de clube. Sou sócio do Cruzeiro há mais de 25 anos. Meus filhos cresceram dentro da sede Pampulha, moro ao lado. O clube na gestão anterior estava ficando todo detonado. Fui convidado para ser o diretor social do clube, remunerado, e trabalhei muito paa torná-lo um dos melhores de BH", explicou.
Jorge foi excluído do quadro de conselheiros do Cruzeiro em abril deste ano, mas deixou os trabalhos no clube ainda no ano passado, quando o Cruzeiro fez uma reforma administrativa após renúncia do ex-presidente Wagner Pires de Sá.
"Gosto de deixar as coisas bem evidenciadas para quem quiser. Gosto das coisas verdadeiras. Se a gestão passada teve erros, eles são responsáveis diretos para esclarecer tudo", atentou Jorge.