Desgaste físico pela maratona de jogos, lesões, suspensões e estilo de jogo 'marcado' pelos adversários. Estes podem ser alguns dos motivos que ajudam a entender a queda gigante de rendimento do Cruzeiro como visitante na Série B do Campeonato Brasileiro.

O time celeste não sabe o que é vencer fora de casa desde o dia 3 de junho, quando fez 2 a 1 sobre o Operário, em Ponta Grossa, pela 10ª rodada da competição.


De lá pra cá, foram cinco partidas do Cruzeiro fora de casa na Série B, com empates diante de Ituano, CSA e Brusque e derrotas para Vasco e Guarani, o que representa um  aproveitamento de apenas 20%. Neste período, o time celeste marcou três gols e sofreu seis.

Para efeito de comparação, nos seis primeiros jogos como visitante na competição o Cruzeiro havia perdido apenas para o Bahia na estreia, empatado com o Tombense na terceira rodada e emendado vitórias sobre Chapecoense, Náutico, Criciúma e Operário, o que corresponde a um aproveitamento de 72,2% dos pontos disputados. Nestes confrontos, o time celeste fez sete gols e sofreu quatro.

Em suas coletivas, o técnico Paulo Pezzolano ressaltou que o desgaste físico provocado pela 'maratona' de jogos foi um dos motivos para a queda do rendimento da equipe. De fato, em menos de um mês, o time disputou oito partidas (duas delas contra o Fluminense, pela Copa do Brasil).

Outro fator que tem relação direta com a queda de desempenho celeste é o acúmulo de lesões e suspensões. Em vários jogos, Pezzolano não pode contar com alguns dos principais jogadores do elenco.

Nas últimas partidas, por motivo de contusão, o time não teve jogadores importantes como o ala/armador Léo Pais, o volante Willian Oliveira e os atacantes Jajá e Rafa Silva. O meia João Paulo é outro que segue a longo período entregue aos cuidados do departamento médico.

Já por motivo de suspensão, o time chegou a ficar algumas partidas sem seus zagueiros disponíveis (Zé Ivaldo, Brock e Geovane). Como alternativa, Pezzolano chegou a escalar o volante Filipe Oliveira improvisado no setor. O zagueiro Luis Filipe, recém-contratado, teve de estrear 'precocemente', mesmo ainda não estando 100% fisicamente.

Por fim, os adversários parecem ter conseguido entender melhor o estilo de jogo adotado por Pezzolano no Cruzeiro. Muitas vezes, as equipes rivais têm 'espelhado' o sistema tático com três zagueiros e dificultado as ações da Raposa. Não por acaso, o time celeste tem sofrido para marcar gols. O artilheiro Edu, por exemplo, não balança as redes há dez partidas.  

Agora com tempo para trabalhar (terá a semana 'livre' antes do duelo de sábado contra o Tombense), cabe a Pezzolano encontrar alternativas para fazer sua equipe voltar a render como na primeira fase da competição. Um dos trunfos para isso é a chegada dos novos reforços: além do zagueiro Luís Felipe, também já estrearam o volante Pablo Siles e os atacantes Bruno Rodrigues e Stênio.
 

Primeiros jogos da Raposa como visitante na Série B
08/4 - Bahia 2x0 - 1ª rodada
23/4 - Tombense 1x1 - 3ª rodada
30/4 - Chapecoense 0x2 - 5ª rodada
15/5 - Náutico 0x1 - 7ª rodada
27/5 - Criciúma 0x1 - 9ª rodada
03/6 - Operário 1x2 - 10ª rodada
Aproveitamento: 72,2%


Últimos jogos da Raposa como visitante na Série B
12/6 - Vasco 1x0 - 12ª rodada
05/7 - Ituano 1x1 - 16ª rodada
09/7 - Guarani 1x0 - 17ª rodada
20/7 - CSA 1x1 - 19ª rodada
30/7 - Brusque 0x0 - 21ª rodada
Aproveitamento: 20%