Paulo César Pedrosa, eleito o novo presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, tem recebido muitos questionamentos da torcida cruzeirense. Na eleição dessa quinta (21), saiu escoltado pela Polícia Militar do clube do Barro Preto pela presença de torcedores gritando por seu nome do lado de fora. Pedrosa chegou à presidência do Conselho Fiscal no ano passado e foi questionado pela reportagem por declarações passadas em que afirmou não ter encontrado irregularidades na gestão de Wagner Pires.
"Foi em relação ao primeiro semestre de 2018. Em 2019, nada foi analisado. Ainda nem foram aprovadas as contas de 2018. O que compete ao Conselho Fiscal? Fiscalizar notas fiscais, contratos, se o pagamento está correto, se o cheque foi dado certo, se foi feito pagamento por fora. Não encontramos irregularidades nesse sentido", disse.
Ele ainda citou a autonomia dos poderes no clube. "O regime do Cruzeiro é presidencialista, o presidente pago o salário que quiser pra qualquer funcionário, qualquer jogador e qualquer diretor", reforçou.
Negativas em 2019
Em meados do ano passado, ao SuperFC, com quase dois meses na presidência do Conselho Fiscal, chegou a dizer da ausência de irregularidades no mandato de Wagner. Na época, algumas inconsistências tinham sido detectadas pela comissão de sindicância proposta por Zezé Perrella, então presidente do Conselho Deliberativo.
"Até o presente momento [agosto de 2019], nós não vimos essas inconsistências. Por exemplo, cortesia de ingressos, temos patrocinadores, isso é uma bobagem, todo patrocinador tem sua cota", colocou. "Não encontramos nenhum pagamento por fora. Então não existe isso, está tudo cruzado, contrato, nota fiscal, não tem nada irregular", completou na época.
Atualmente, a gestão de Wagner Pires está na mira do Ministério Público e da Polícia Civil. Em post publicado nas redes sociais nessa quinta, o MP chegou a dizer que "os crimes apurados no momento são: falsificação de documentos/falsidade ideológica, apropriação indébita, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O marco da investigação é a gestão iniciada em outubro de 2017”, mês em que Wagner foi eleito, tendo sua posse em janeiro de 2018.