A saída do atacante Vitor Roque, de 17 anos, incomodou boa parte da torcida do Cruzeiro, principalmente pelo fato de o Athletico-PR ter pago "apenas" R$ 24 milhões da multa rescisória. Mas o histórico relativamente recente mostra que boa parte das 'promessas' negociadas pelo clube ainda muito jovens acabaram "não vingando" depois.
Em levantamento feito pelo Super.FC, nos últimos 30 anos, apenas sete 'crias' da Toca da Raposa confirmaram em campo aquilo que se esperava deles quando despontaram na base. O caso mais emblemático, claro, é do hoje 'patrão' Ronaldo. Vendido para o PSV, da Holanda, em 1994, quando tinha apenas 17 anos (assim como Vitor Roque), o atacante viria se transformar no 'Fenômeno', um dos principais jogadores do futebol mundial.
Outro caso de sucesso é o do volante/lateral Belletti, negociado com o São Paulo em 1996, aos 19 anos. Após passar pelo arquirrival Atlético, jogou em clubes como Villarreal, Barcelona e Chelsea, além da Seleção Brasileira.
Outro lateral que 'vingou' foi Maxwell, vendido em 2001 ao Ajax, da Holanda, quando tinha 19 anos. Depois, fez carreira de sucesso em clubes como Internazionale, Barcelona e Paris Saint Germain, além da Amarelinha, claro.
Duas 'promessas' negociadas pelo Cruzeiro em 2003 também tiveram carreira de sucesso: o goleiro Jefferson e o atacante Jussiê. O camisa 1, então com 19 anos, foi vendido ao Botafogo, mas depois teve bons momentos no futebol turco e na Seleção Brasileira. Já o atacante, também com 19 anos, foi para o Kashiwa Reysol, do Japão, para posteriormente se consolidar no futebol francês.
Daí por diante, os casos foram ficando cada vez mais raros. Em 2008, o zagueiro Maicon, então com 19 anos, foi negociado ao Nacional da Ilha da Madeira, de Portugal. Também teria passagens de sucesso por Porto e Galatasaray. Já em 2010, o atacante Dudu, também com 19 anos, foi primeiro para o Coritiba e depois para o Dinamo de Kiev. Hoje é um dos principais nomes do Palmeiras.
Já a lista de promessas que não vingaram é um pouco maior, sendo possível separá-las até por posição (confira quadro abaixo).
As mais recentes ainda devem estar na memória do torcedor celeste. Apontados como destaques na base, os zagueiros Edu e Arthur não conseguiram deslanchar como profissionais. Wallace até teve bons momentos no futebol francês, mas depois viu sua carreira entrar em declínio. O lateral Vitinho, vendido para o futebol Belga em 2020, também ainda não deslanchou.
No meio-campo, também há exemplos de expectativas que foram "mais elevadas" do que a realidade acabou demostrando. A principal talvez seja Bernardo, figura carimbada em todas as seleções de base, mas que não conseguiu render entre os profissionais, mesmo após rodar por vários clubes.
Maurício, vendido para o Internacional, e Pedro Bicalho, que se transferiu para o Palmeiras, ambos em 2020, ainda estão na luta para poder reverter essa 'tendência'.
Entre os atacantes, a lista de 'futuros Fenômenos' teve o grandalhão Jonathas, vendido em 2008 para o Az Alkmaar (HOL) e Léo Bonatini, negociado em 2012 com a Juventus (ITA). O jovem Stênio, emprestado para o Torino no ano passado, ainda pode surpreender.
Promessas que não vingaram*:
Zagueiros: Edu (19), Arthur (19), Wallace (19) e Anderson Luís (19)
Armador: Bernardo (19)
Atacantes: Jonathas (19) e Léo Bonatini (18)
Ainda tentam se firmar:
Lateral: Vitinho (19)
Armadores: Maurício (19) e Pedro Bicalho (19)
Atacante: Stênio (18)
Quem virou realidade:
Goleiro: Jefferson (19)
Laterais: Belletti (19), Mawwell (19)
Zagueiro: Maicon (19)
Atacantes: Ronaldo (17), Jussiê (19), Dudu (19)
* Entre parênteses, idade que tinham quando deixaram o clube