A torcida do Cruzeiro já se acostumou a chamar o Mineirão de Toca da Raposa III, mas nesta temporada o time celeste ainda não tem sua 'casa' definida de forma oficial. Até aqui, dos onze jogos que fez como mandante em 2022, cinco foram no Independência e seis no Gigante da Pampulha. Afinal, qual dos estádios é mais lucrativo para a Raposa? O Super.FC fez as contas e apresenta a resposta. 

Os números mostram que em partidas com público entre 22 a 23 mil pessoas, o lucro no Independência é ao menos 60% maior do que o obtido pelo Cruzeiro no Mineirão em partidas do mesmo porte.

Para fazer esse cálculo, a reportagem levou em conta os confrontos no Horto diante de Grêmio (21.831 pessoas) e Remo (22.158 pessoas). Nestas partidas, o Cruzeiro lucrou em média R$ 312.968,56 por jogo.

Já no Mineirão, em duelos com público 'semelhante', diante de Pouso Alegre (23.347) e Athletic (22.340), a Raposa teve, em média, lucro de 'apenas' R$ 193.049,80 por partida.

A questão do Mineirão são os elevados custos para a utilização do estádio. Principalmente porque, à medida em que a previsão de público aumenta, se faz necessário abrir novos setores do estádio, automaticamente também aumentando os gastos e, consequentemente, reduzindo a margem de lucro obtida com a bilheteria.

Para se ter uma ideia, basta analisar os números da final do Campeonato Mineiro. No clássico entre Atlético e Cruzeiro, no dia 2 de abril, 53.572 torcedores pagaram ingresso, propiciando uma gigantesca renda de mais de R$ 4,85 milhões. Entretanto, os custos operacionais para receber um público deste tamanho no Gigante da Pampulha ficaram próximos da casa dos R$ 2,96 mihões.

Ao final das contas - literalmente -, Atlético e Cruzeiro ficaram cada um com "apenas" R$ 932.316,20 dos quase R$ 4,85 milhões da renda. Somando a receita deste clássico, o Cruzeiro até agora já lucrou quase R$ 2,5 milhões com bilheteria.

Desta forma, a resposta para a pergunta inicial é até relativamente simples: para jogos com previsão de público de até 22 mil pessoas, o Independência se mostra a melhor opção para o Cruzeiro. Nos duelos de maior porte, o Mineirão também pode se tornar lucrativo.

No duelo do próximo domingo (22), diante do Sampaio Corrêa, pela oitava rodada da Série B, são esperados cerca de 50 mil torcedores. Calculando o valor médio dos ingressos na casa de R$ 26,50, a renda do jogo deve chegar a casa dos R$ 1,3 milhões. Resta saber qual será o tamanho da  'mordida' das despesas.


Confira abaixo todos os jogos do Cruzeiro como mandante:

No Independência (5 jogos):

URT: Público: 7.413 - Renda: R$ 154.894,00
Despesas: R$ 149.896,40 -  Lucro de R$ 4.997,60

Uberlândia: Público: 9.039 - Renda: R$ 215.380,00
Despesas: R$ 166.272,59 - Lucro de R$ 49.107,41

Villa Nova:  Público: 19.616 - Renda: R$ 507.168,00
Despesas: R$ 268.045,20 - Lucro de R$ 239.122,80

Grêmio: Público: 21.831 Renda: 610.879,00
Despesas: R$ 286.799,16  - Lucro de R$ 324.079,84

Remo: Público: 22.158 - Renda: R$ 607.930,50
Despesas: R$ 306.073,22 Lucro de R$ 301.857,28

Total de lucro: R$ 919.164.93

 

No Mineirão (6 jogos):

América: Público: 18.835 - Renda: R$ 484.652,50
Despesas: R$ 474.690,94 Lucro: R$ 9.961,56

Democrata: Público: 12.311 - Renda: R$ 245.620,00
Despesas: R$ 215.733,69 Lucro: R$ 29.886,31

Pouso Alegre: Público: 23.347 - Renda: R$ 581.663,50
Despesas: R$ 382.760,68 - Lucro: R$ 198.902,82

Atlhetic: Público: 22.340 - Renda: R$ 573.031,50
Despesas: R$ 385.834,73 Lucro: R$ 187.196,77

Brusque: Público: 19.115 - Renda: R$ 542.074,50
Despesas: R$ 324.994,83 - Lucro: R$ 217.079,67

Londrina:Público: 14.074 - Renda: R$ 316.889,00
Despesas: R$ 316.043,80 Lucro: R$ 845,20

Total de lucro: R$ 643.872,33


Final do Mineiro (Mando da FMF)
Público: 53.572 - Renda: R$ 4.851.600,00
Despesas: R$ 2.967,287,60 - 50% do lucro: R$ 932.316,20