A Associação Cruzeiro, que hoje gere os clubes de lazer e a sede administrativa do clube e anunciou nesta terça-feira (12) que protocolou um pedido de recuperação judicial, teve 35 funcionários demitidos desde a semana passada e recebeu também críticas sobre a atual situação dos clubes de lazer. A reportagem de O Tempo Sports repassou ao Cruzeiro os questionamentos levantados.

Em seu posicionamento em relação ao acerto com os funcionários demitidos, o Cruzeiro informou que "as dívidas da Associação anteriores ao pedido de recuperação judicial serão pagas na forma do plano que vier a ser aprovado". Por meio da nota enviada a O Tempo Sports, o Cruzeiro informou que a rescisão com os funcionários demitidos também obedece essa lógica. "Assim como aconteceu com o futebol, que teve se adequar a um novo orçamento, os clubes também tiveram que se ajustar", complementa a nota.

Cruzeiro protocola pedido de recuperação judicial para renegociar dívidas

A reportagem também questionou o clube sobre a reclamação feita por frequentadores dos clubes de lazer, que disseram que até os dias de uso da sauna foram reduzidos por falta de gás. Segundo a Associação Cruzeiro, as despesas dos clubes estão sendo custeadas com as receitas da própria associação e diversas ações estão sendo tomadas para reduzir custos. A associação afirmou que é preciso enxergar essa nova realidade, para que seja possível um cenário melhor no futuro e que o momento é de ajustes. "Os clubes utilizavam antes a estrutura geral do Cruzeiro, em vários departamentos, e agora estão se readequando. A mudança nos horários da sauna é um exemplo de medida sustentável e as alterações no atendimento estão sendo discutidas com os representantes dos associados", informou a associação. 

Veja detalhes do pedido de recuperação judicial protocolado pelo Cruzeiro

Outra dúvida levantada foi se a renda que o Cruzeiro arrecada com os associados tem sido suficiente para custear as despesas da associação, que disse se utilizar da recuperação judicial justamente para obter o seu equilíbrio financeiro. "O tratamento das dívidas passadas por meio do plano de recuperação é um instrumento fundamental para esse reequilíbrio ser obtido. Paralelamente, a associação vem fazendo o que é necessário para adicionar esforços e se estabilizar nesta fase de transição e ajustes", ressaltou a associação, que confirmou que não estão previstas demissões em outras áreas.

Sobre as ações fora da recuperação judicial para colocar as contas da associação em dia, o retorno dado à reportagem é de que os clubes sociais estão em um momento de reestruturação de várias áreas, com o objetivo de proporcionadr o melhor atendimento aos associados e alunos da Escola de Esportes dentro deste novo cenário. "Os clubes têm buscado parcerias para crescer e ampliar o número de sócios. O Cruzeiro é um clube com duas unidades de lazer, com o melhor custo-benefício entre os clubes da capital, e com uma grande estrutura esportiva e de lazer. Nesta nova realidade, teremos que explorar os nossos espaços ainda mais, para tentar ampliar a arrecadação", concluiu a associação, reforçando que essas duas unidades, o Clube Cruzeiro Barro Preto e o Clube Cruzeiro Pampulha, estão funcionando normalmente, com todos os serviços sendo oferecidos.