Troca de comando

Cruzeiro: veja o que Ronaldo disse de mais importante ao oficializar venda

Em entrevista na Toca da Raposa II, sócio majoritário da SAF celeste explicou decisão de vender ações para Pedro Lourenço

Por Matheus Oliveira
Publicado em 29 de abril de 2024 | 20:06
 
 
 
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Sócio majoritário da SAF do Cruzeiro, Ronaldo concedeu uma entrevista coletiva na noite desta segunda-feira (29/04), na Toca da Raposa II, para oficializar a venda do clube a Pedro Lourenço. O ex-jogador tinha 70% das ações celestes, e o dono do Supermercados BH, 20%. Agora, o empresário ficará com 90%, e o Cruzeiro associação seguirá com 10%.

Confira os principais trechos da entrevista:

'Objetivo cumprido'

"Meu objetivo está cumprido. Minha ideia sempre foi essa, de reerguer o Cruzeiro, colocá-lo no seu devido lugar e, no momento certo, passá-lo para a pessoa certa. E a pessoa certa é você (dirigindo-se a Pedro). Não tem ninguém que ame mais esse clube do que você e só você pode dar, talvez, a velocidade [no clube] que o torcedor quer."

O que motivou venda?

"Essa decisão estava tomada desde sempre. No primeiro perrengue financeiro que tivemos, o Pedrinho nos estendeu a mão e, desde sempre, esse era o meu compromisso. Muitas vezes falei isso para ele e, antes, não era ideia dele esse compromisso com o Cruzeiro, até que amadureceu e, finalmente, acho que chegou o momento."

'Momento de impulsionar'

"Fizemos muito e o máximo que poderíamos para o Cruzeiro. Senti que esse momento era o de impulsionar o clube, e o Pedrinho sempre foi nosso grande amigo, fiel, leal, e sempre estava perto quando precisávamos. O meu desejo sempre foi vender para ele. Acho que estamos muito perto de, realmente, brigar por coisas importantes, como o torcedor quer, e acho que o Pedrinho pode dar essa velocidade no processo que estamos hoje, pode dar a velocidade em investimento. Sempre foi minha ideia (vender o clube) e chegou o momento em que eu tinha que executá-la."

'Da UTI para o quarto'

"Para fazer uma metáfora, quando eu cheguei, o Cruzeiro estava na UTI. Depois de reduzir a dívida quase que pela metade, quintuplicar o faturamento do clube e conseguir os principais objetivos desportivos que a gente propôs, eu diria que estou deixando o Cruzeiro confortavelmente no quarto do hospital."

Seguirá dono do Valladolid?

"Acho que Valladolid é o próximo [a ser vendido]."

'Modo super-herói'

"Criei um vínculo e disse isso ao Pedrinho no sábado, que me orgulho muito de ter feito essa relação de amizade com ele e, sempre que ele precisar da minha ajuda, pego um avião e venho para cá ou vou para onde ele quiser para encontrar, conversar e tentar ajudar da maneira que ele precisar. Serei cruzeirense eternamente para ajudar no que precisarem de mim. Se pedirem minha ajuda, com certeza ativarei o 'modo super-herói'."

Obrigações de aportes financeiros foram cumpridas?

O CEO do Cruzeiro, Gabriel Lima, disse que responderia a essa pergunta, em vez de Ronaldo: "Não falaremos sobre acordos financeiros. Todas as obrigações contratuais foram cumpridas", afirmou Lima.

Ronaldo, entretanto, complementou:

"Adoraria te responder isso, mas realmente não posso. Até porque vejo na sua pergunta uma maneira de desqualificar o trabalho feito. Como você quantifica ter vencido a Série B depois de dois anos? Quanto você quantifica uma vitória na Série B no primeiro ano de SAF com um orçamento de 40 milhões de reais para o futebol? Como você quantifica quintuplicar um faturamento de um clube à beira da falência?"

"Além disso, quanto vale a coragem que eu tive de pegar o Cruzeiro na segunda divisão com uma dívida de um bilhão e 300 milhões de reais? Teve muita gente muito mais rica do que eu que não quis pegar. Fui a última pessoa a quem ofereceram esse negócio (a compra do Cruzeiro) e, para mim, foi uma oportunidade. Além da minha irresponsabilidade e loucura, eu só via potencial, porque o Cruzeiro é grande demais para não estar onde tem que estar. Portanto, é bom todo mundo começar a pensar quanto pode valer cada coisa."

Qual o próximo investimento?

Vou tirar esse restinho de vida sabático, até que apareça alguma coisa.

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