Quando subir ao gramado do Mineirão hoje, para encarar o Athletico Paranaense, às 19h, Mano vai chegar ao jogo de 232 pelo Cruzeiro, sendo que neste período três anos são ininterruptos, marca que o treinador estabeleceu nesta ultima sexta-feira. É difícil imaginar um treinador há tanto tempo no comando de um time do futebol brasileiro sem que existam resultados. 

“Sempre quando você assume um trabalho novo, a ideia é fazer um trabalho a longo prazo, mas para isso os resultados precisam acompanhar a trajetória. Eu já tinha tido três trabalhos longos na carreira. Então, minha intenção era vir ao Cruzeiro fazer um trabalho vencedor, marcante, que possibilitasse a permanência por mais tempo. Mesmo assim, três anos é fato raro em qualquer circunstância e só aconteceu exatamente porque a gente conquistou tudo o que a gente já conquistou”, disse Mano, em entrevista veiculada pelo clube. 

Na resenha antes de seguir ao treino, uma rápida palavra trocada sobre as críticas que anda recebendo por um Cruzeiro ultradefensivo e com apenas uma vitória em 14 jogos, sendo oito partidas seguidas sem vencer no Brasileiro, com quatro derrotas e quatro empates.

O professor não se importa com as palavras e faz a defesa em campo de seus pensamentos ao recordar os resultados obtidos por outros times brasileiros e as palavras dos próprios analistas que já apontavam uma derrota do Cruzeiro no Monumental. O my name is Mano prevalece. 

Todavia, antes de pensar no River Plate de seu companheiro Gallardo, sensação da América do Sul, na cabeça de Mano passa a missão de fazer com que os suplentes do Cruzeiro vençam o Athletico Paranaense e sigam se distanciando da zona do rebaixamento. Neste momento, o único resultado possível buscado no Brasileirão, torneio que o time não vence uma partida sequer desde o dia 5 de maio, quando derrubou o Goiás, justamente no Mineirão, pela terceira rodada, por 2 a 1. 

Muito pouco ou o necessário? A grande vantagem do técnico é ter conseguido com que seus atletas comprassem a ideia de seus pensamentos. E na balanço do resultado, sua capacidade resiste. “Ele é um treinador muito esperto, muito experiente, ainda mais nos mata-matas. Tem o respeito de todos e isso é fundamental para permanecer por tanto tempo”, defende o argentino Ariel Cabral. 

É o dilema que o torcedor do Cruzeiro vive. Releva, contesta, analisa, apoia. Vencer o Furacão, mais do que tudo, pode dar uma força ainda maior pensando na terça e é isso que a Raposa vai buscar. 

“A gente vem trabalhando muito firme para melhorar no Campeonato Brasileiro. Estamos em três competições importantes, é difícil manter o mesmo nível nas três. Conversamos durante a semana, procuramos ajustar algumas coisas, e estamos focados para tentar buscar os três pontos neste jogo dentro de casa”, disse o jovem volante Ederson. 

Além da experiência de nomes como Fred, é na força da base que a Raposa se sustenta para triunfar diante de qualquer Athletico Paranaense que vier ao Mineirão, seja ele titular, mesclado ou reserva.

“Estou para jogar contra o Athletico-PR, não contra titulares ou reservas. Trabalhamos para buscar a vitória”, apontou Ederson. 

“A gente saiu agora da zona, ainda está muito embolado. O importante agora é o jogo de amanhã (hoje). Passando este jogo, é outro campeonato, outro adversário. O mais importante neste momento é pensar no Athletico Paranaense”, salienta Ederson. Uma coisa de cada vez.