A possibilidade de Arrascaeta entrar na Justiça do Trabalho solicitando uma rescisão indireta por conta de ameaças é vista como temerária por Fellipe Fraga, advogado especialista em direito desportivo.
Para o profissional, o atleta teria que ter uma reivindicação mais condizente antes de entrar neste mérito.
"O que precisa ser avaliado nesta questão é a situação trabalhista do atleta, se há alguma dívida de salário, FGTS, direito de imagem. Mas, como o clube vem deixando claro, isso não vem ao caso, uma vez que os salários até onde sabemos estão em dia. Não tem motivos para rescindir desta forma. A proposta que se especula hoje do Flamengo poderia chegar a R$ 50 milhões, menos de um terço da multa que o clube estipulou pelo atleta", expõe Felippe.
Ao canal "Fox Sports", Itair Machado, vice-presidente de futebol do Cruzeiro, destacou que a história do vazamento de telefone contada por Arrascaeta foi um subterfúgio utilizado por seu representante para tentar forçar uma saída por vias jurídicas.
“O Arrascaeta contou uma mentira que vazei o telefone dele. Contou uma mentira para usar na Justiça do Trabalho e ser liberado", disse.
Itair voltou a fazer duras críticas a Daniel Fonseca, empresário de Arrascaeta“ "Não podemos obrigar ninguém a ficar no Cruzeiro, mas também não podemos ficar reféns de um bandido", disparou.
Na visão de Fellipe, o cenário hoje é completamente favorável ao Cruzeiro, mas ele alerta que punições por aliciamento de atletas no campo profissional são raridade. "O aliciamento do atleta hojebaseia-se mais em casos de atletas de base. Lógico que a Fifa não aprova isso, mas a gente sabe que a prática é corriqueira no futebol profissional. A gente pode citar alguns casos como o do Barcelona como Neymar em que não deu em nada. A relação teria que ser direta do Flamengo com o Cruzeiro, não o clube oferecendo uma proposta para o empresário para depois ser repassada ao time que detém os direitos do atleta", explica.
As declarações de Arrascaeta também foram analisadas pelo especialista. "O que o Arrascaeta deu a entender é que ele pode buscar uma rescisão indireta com o clube, mas o Cruzeiro está muito bem embasado contra esta possibilidade. A nota publicada pelo clube, lembrando do histórico do empresário Daniel Fonseca, é precisa. A situação contratual de Arrascaeta é bem parecida com a do Dedé. Um grupo possui os direitos econômicos, mas o clube é quem detém os direitos federativos. O Cruzeiro nessa situação tem que bater o pé e exigir o que tem direito e o que almeja por um jogador que teve um custo total de quase R$ 40 milhões para o clube", sentenciou.
As possibilidades que podem ser utilizadas pelo Cruzeiro no campo jurídico neste momento apontam para uma ação na Fifa contra o empresário do atleta, ou até mesmo contra Arrascaeta e também o Flamengo. O clube vem punindo o atleta com multas pelo não comparecimento à Toca.