“Aquilo que pedimos aos céus na maioria das vezes se encontra em nossas mãos”. Shakespeare já dizia. Na noite desta quarta-feira (26), às 21h45 (de Brasília), contra o Palmeiras, no jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil, as mãos do goleiro Fábio se juntarão ao sentimento de uma nação. O pedido aos céus é um só: chegar à oitava final de Copa do Brasil na história celeste.

Talvez por isso, os milagres tenham se tornado uma constante na carreira do goleiro, admirado pelos cruzeirenses e também pelos rivais. Passar ileso e zerado frente ao Palmeiras é a certeza da classificação. 

“Eu gosto muito do Fábio. Eu o vejo como um dos grandes injustiçados do futebol nacional. Há muitos anos ele vem se destacando. E é uma coisa impressionante porque, mesmo com a idade, a técnica dele só vai aumentando. Ele foi decisivo contra o Santos, defendendo três pênaltis, foi um dos heróis da conquista da Copa do Brasil no ano passado e fez grandes defesas no jogo contra o Palmeiras, aqui em São Paulo. Com certeza, é uma das armas do Cruzeiro para conseguir a classificação hoje”, afirma o ex-goleiro Velloso, um dos ídolos da torcida do Palmeiras. 

“O que me impressiona nele é a experiência, a agilidade, a velocidade de reação e o posicionamento. Se for analisar, o Fábio é um dos goleiros da minha época, quando a parte técnica era muito valorizada (Velloso se aposentou em 2005). Eu o comparo a nomes como Zetti, Ronaldo, eu, o próprio Taffarel, Dida. Ele (Fábio), com certeza, está nessa lista”, complementa o hoje comentarista esportivo.


O Cruzeiro ergue sua fortaleza, muros sólidos com Dedé e Léo, zagueiros que jamais perderam para o Palmeiras. “Talvez por essa razão eles se sintam tão confiantes para jogar mais na defesa”, diz o meia Moisés, um dos destaques do Palmeiras.

O Cruzeiro que “sabe sofrer”, mas que criou casca para as adversidades. Na Toca, a certeza de um jogo duríssimo é total. Mas o sonho do Hexa é muito maior do que o temor. Os campeões se alimentam de coragem e a Raposa de Fábio tem isso de sobra. “Temos que explorar a vantagem que temos, mas sem ser passivos. Temos que criar as oportunidades e matar o jogo”, conclui o volante Lucas Silva. 

Técnicos do Sul dominam títulos da competição

Nesta quarta-feira (26), Mano Menezes e Felipão vão travar um duelo à parte na luta por uma vaga na final da Copa do Brasil e para dar sequência ao domínio gaúcho no torneio. Desde a primeira edição do campeonato, disputada em 1989, 11 técnicos do Rio Grande do Sul conduziram seus times ao troféu da Copa do Brasil.

Felipão pode orgulhar-se de ser um “Mister Copa do Brasil”. Sozinho, o treinador ostenta quatro taças (duas pelo Palmeiras, uma pelo Criciúma e outra pelo Grêmio). Na rota por sua quinta taça, ele encara Mano Menezes, outro gaúcho que possui duas conquistas, uma pelo Corinthians, em 2009, e a mais recente com o Cruzeiro, em 2017.

“O Mano, por um tempo maior no Cruzeiro, está um pouco à frente. E o Felipão por esse monte de vitórias em seguida. Acho que os dois treinadores são praticamente iguais, eles conhecem bem o time, o elenco e a competição. Acho que vai ser um duelo de muita análise tática” aponta Robinho.

Retrospecto fora de casa motiva palmeirenses

O Cruzeiro está sedento por mais uma final de Copa do Brasil, mas vai encarar um time que também vem faminto pelo torneio e apresenta um ótimo aproveitamento fora de casa na atual temporada. Em partidas mata-mata, o Palmeiras não sabe o que é perder como visitante. Foram sete partidas eliminatórias longe do Allianz Parque, com seis vitórias e um empate. O retrospecto anima os paulistas, que precisam vencer para avançar à decisão do torneio nacional. 

“É o nosso trabalho que vem sendo muito bem feito. Temos um retrospecto muito positivo fora de casa, não só recentemente, mas no ano, então isso nos dá confiança. Temos uma equipe qualificada, sabemos da dificuldade que será a partida, mas temos totais condições de reverter”, analisa o meia palmeirense Moisés. 
“Vamos focar 100% nesse jogo porque é nossa final”, complementou o jogador, que teve seu futebol projetado durante passagem pelo América.