Uma longa demora, sala lotada de jornalistas e três cadeiras ao invés de uma ou duas atrás da mesa. Já estava claro que a entrevista coletiva do Cruzeiro após a derrota por 1 a 0 para o Internacional, pelo jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil, seria bem diferente das habituais e deveria ter o anúncio da saída do técnico Mano Menezes. E assim foi.

Chegaram para a entrevista o treinador, o gerente de futebol Marcone Barbosa e o diretor de futebol Marcelo Djian. Ao contrário do que acontece nessas situações de entrevistas anunciando a saída do técnico, o presidente do clube, neste caso, Wagner Pires de Sá, não esteve presente.

Durante a entrevista, Djian respondeu apenas uma pergunta. Quando um jornalista tentou emendar um segundo questionamento ao dirigente, Mano Menezes interrompeu e disse que gostaria que primeiro fossem feitas apenas as perguntas para ele ou então ele iria embora, porque não faria sentido continuar na coletiva e Djian poderia responder depois. Os jornalistas atenderam o pedido e seguiram fazendo perguntas apenas para o técnico. Depois de responder todos os questionamentos, Mano se levantou e os dirigentes também.

A pergunta para Djian, porém, acabou não sendo feita e Marcone Barbosa ficou em silêncio durante toda a coletiva.

Durante a entrevista, Mano Menezes falou que as causas do momento ruim vivido pelo Cruzeiro "são muito mais complexas do que dentro de campo", mas se responsabilizou pela má fase da equipe. "As causas podem e são muito mais complexas do que dentro de campo, mas eu sou responsável pela parte de dentro de campo, e é essa parte que eu respondo e conversamos apenas sobre essa parte para tomar essa decisão (de sair do Cruzeiro). Eu sou responsável por isso, não pode continuar assim e o Cruzeiro precisa reagir. Hoje, precisa vir um novo profissional com novas ideias e cabeça para fazer essa reação acontecer. Essa reação não pode esperar mais", disse o treinador.

Mano comandou o Cruzeiro durante três anos e 12 dias. Foram 235 jogos, 112 vitórias, 69 empates e 54 derrotas, com 333 gols marcados e 205 sofridos. Com ele, a Raposa foi bicampeã da Copa do Brasil e do Campeonato Mineiro.

Sem o agora ex-treinador celeste, o Cruzeiro terá um técnico interino no duelo com o Avaí, fora de casa, pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro, neste domingo (11), às 16h (de Brasília). No Z4, no 18º lugar, a Raposa luta contra o rebaixamento e terá um embate direto com o lanterna da competição.