Das últimas três temporadas, pós-rebaixamento ao Campeonato Brasileiro Série B pela primeira vez na história, a de 2022 é, sem dúvida, a de melhor desempenho do Cruzeiro dentro e fora de campo e que mais dá esperanças à sua torcida. Há diversos fatores que contribuem para este momento – veja, abaixo, 10 mudanças cruciais para as coisas começarem a funcionar na Toca da Raposa.
SAF
No fim do ano passado, o Cruzeiro virou Sociedade Anônima do Futebol, adquirida por Ronaldo Fenômeno. Com isso, o clube passou a ser tratado mais como uma empresa e houve a chegada de uma gestão mais profissional. Uma questão relacionada ao investimento foi o salário dos funcionários em dia, principalmente dos jogadores, o que era um problema na gestão anterior.
Figura de Ronaldo
Não é todo funcionário que tem como chefe uma pessoa campeã mundial, algumas vezes o melhor jogador de futebol do planeta e que deu tanta alegria a milhões de apaixonados pelo esporte. A presença de Fenômeno, por si só, já é uma motivação que poucos têm, aliada à sua demonstração de vontade em fazer a instituição voltar aos seus tempos de glória.
Saídas
A nova diretoria promoveu saídas de diversos atletas, inclusive de medalhões e ídolos do clube, como o goleiro Fábio e o atacante Marcelo Moreno, que não vinha rendendo. Além deles, houve outras dispensas e negociações pontuais, como: Raúl Cáceres, Airton, Rhodolfo, Alan Ruschel, Matheus Pereira e Thiago.
Técnico
Ele queria ficar, mas Ronaldo não deixou: o experiente mas "caro" técnico Vanderlei Luxemburgo saiu, para, posteriormente, dar lugar ao então desconhecido e jovem Paulo Pezzolano. Ele trouxe consigo uma comissão uruguaia estudiosa que, aos poucos, deixa mais clara uma maneira própria de jogar e que tem mais a "cara de Série B", muito pela intensidade de jogo. O resultado está aí: liderança da competição, o que não aconteceu em 2020 e 2021.
Goleiro
Não é fácil substituir um atleta como Fábio, capitão por anos, líder de um grupo, ídolo de uma torcida e detentor de vários títulos. Rafael Cabral chegou com experiência, mas contestado no início. Com o tempo, mostrou regularidade e se tornou o arqueiro com mais tempo sem tomar gols, ao lado de Dida, com um total de seis – isso sem contar a fatídica classificação na Copa do Brasil sobre o Remo, com nada menos que quatro pênaltis defendidos.
Contratações pontuais
Jogadores até então desconhecidos por grande parte da torcida, as equipes de Nazário e Pezzolano encontraram peças nos mais diversos lugares que se encaixaram no estilo de jogo da Raposa e vêm dando certo. Exemplos são os zagueiros Zé Ivaldo e Lucas Oliveira, os laterais-esquerdos Rafael Santos e Matheus Bidu, os meias Fernando Canesin e João Paulo e os atacantes Jajá e Luvannor.
Homem gol
Há muito tempo o Cruzeiro não tinha um centroavante decisivo, que, se a bola está com ele dentro da área, a chance de as redes balançarem é real. Contratado ainda no ano passado, quando foi o artilheiro da Série B pelo Brusque, Edu já tem 14 gols nesta temporada, oito a mais que o segundo colocado.
Consistência defensiva
O esquema de Pezzolano, que em muitos jogos coloca três zagueiros para atuar, faz com que os jogadores de frente pressionem quando não estão com a bola, evitando que a defesa fique exposta. Boas atuações dos defensores, liderados por Brock, fez com que o time celeste tomasse 20 gols em 26 partidas nesta temporada, uma média de aproximadamente 0,77 por jogo.
Liderança
A faixa de capitão passou do lateral-direito Rômulo para o zagueiro Eduardo Brock. Titular absoluto, sua renovação de contrato foi pedida pelos cruzeirenses e, dentro do vestiário, ele aparenta ser um líder mais incisivo, sempre apoiando os companheiros e sendo o mais incentivador deles, além, claro, de ser um exemplo dentro das quatro linhas.
Torcida
O Cruzeiro fez com que a torcida voltasse a ficar mais próxima do clube, se identificando, principalmente, com Ronaldo à frente do futebol. Em algumas oportunidades, o time joga com as arquibancadas lotadas, como foi contra o Remo, o Grêmio e o Sampaio Corrêa, no último final de semana. O clube também reformulou o programa de sócios-torcedores, para atender as diferentes classes sociais.