Em 2022, o esporte olímpico brasileiro viu as mulheres brilharem forte. Foram sete medalhas de ouro em Campeonatos Mundiais, além dos pódios e outros resultados históricos em torneios importantes. Algumas fizeram história, outras reafirmaram seu lugar entre as maiores atletas brasileiras de todos os tempos.
Na última Olimpíada, as marcas femininas já haviam alcançado grandes marcas. Com 140 mulheres na delegação de 302 atletas (46.3%), as brasileiras alcançaram o maior número de medalhas (9) e o maior número de medalhas de ouro (3) em uma edição de Jogos Olímpicos, mostraram que o ciclo de Paris, mais curto, poderia ser promissor para elas. E a expectativa se consolidou. Com resultados históricos, as mulheres do Brasil entram em ano pré-olímpico em alto nível.
As melhores do mundo
Os campeonatos mundiais reúnem o que há de melhor em cada modalidade, ao redor do mundo. Em sete ocasiões, as melhores foram brasileiras. No Mundial de Budapeste, Ana Marcela Cunha, nadadora de águas abertas, venceu duas provas: 5 km e 25 km. Fora as duas medalhas de ouro, ela ainda se tornou a única pentacampeã mundial dos 25km.
Além de Ana Marcela, das que já haviam brilhado nos Jogos Olímpicos de Tóquio e seguiram em crescente, também entram na lista Rebeca Andrade, da ginástica, e a skatista Rayssa Leal. Andrade, em novembro, foi campeã mundial no individual geral, se tornando a ginasta mais completa do mundo aos 23 anos. Rayssa Leal, que ganhou o Brasil ao se tornar medalhista olímpica aos 13 anos, venceu todas as etapas da SLS e, na frente da torcida brasileira no Rio de Janeiro, foi campeã da Liga Mundial na última manobra.
Duda e Ana Patrícia voltaram a colocar o vôlei de praia do Brasil em evidência após a primeira participação olímpica da história sem medalhas. Em Roma, também levantaram o troféu do Mundial da modalidade. Para fechar a conta, as judocas Mayra Aguiar e Rafaela Silva também subiram ao lugar mais alto do pódio. Aguiar passou pela atual campeã olímpica nas quartas para sacramentar a campanha do título, e Rafa Silva se emocionou ao segurar o ouro em seu primeiro Mundial após suspensão de dois anos, por doping.
Os novos nomes do tênis
Em 2022, foi difícil achar um amante do esporte olímpico que não se empolgou com Bia Haddad. Em ano quase irretocável, a atual número 14 do ranking da WTA (Associação de Tênis Feminino) recebeu, da própria entidade, o prêmio de tenista que mais evoluiu no ano. Essa foi a primeira vez que uma brasileira venceu uma categoria do Prêmio Melhores do Ano da entidade.
O salto de Bia foi meteórico. Começou o ano na posição 82 do ranking, e fechou na 15. Entre os principais resultados na grama, jogando sozinha, venceu os WTA 250 de Nottingham e de Birmingham e chegou à semifinal do WTA 500 de Eastbourne. Somando aos bons resultados, cravou vaga na decisão do WTA 1000 de Toronto, sendo superada pela romena Simona Halep, ex-número 1 do mundo.
Luisa Stefani também viveu um momento especial em 2022, pelo retorno às quadras após uma grave lesão que a afastou do esporte. Após precisar reconstruir os ligamentos do joelho cirurgicamente, a tenista, medalhista de bronze em Tóquio, precisou de mais de um ano de recuperação antes de voltar às quadras. As dúvidas se ela voltaria ainda jogando em alto nível foram respondidas rapidamente, e Stefani foi campeã no WTA 1000 de Guadalajara, jogando ao lado da australiana Storm Sanders.
“Foi um retorno positivo em todos os sentidos. Treinei muito, preparei muito, fiz muitas avaliações, inclusive aqui no COB, então me senti pronta para voltar a competir e estava confiante. Foi muito bom poder voltar e ter resultados na quadra, mas principalmente me senti bem fisicamente e encerrei o ano saudável. Estou muito motivada para 2023. O último ano foi longo, de recuperação, acabei voltando e indo muito bem, mas sinto que tem muita melhora para ser feita”, afirmou Luisa, já mirando o ano pré-olímpico.
As ‘quase campeãs’
Mesmo sem ouro, outras mulheres chegaram quase lá. De vôlei a taekwondo, atletas brasileiras chegaram ao pódio em torneios mundiais, acendendo ainda mais o alerta olímpico de vagas e, quem sabe, medalhas para Paris 2024.
Rebeca Andrade é a única que aparece em duas listas. Além de ter sido campeã no individual geral, ficou com o bronze no salto. A seleção feminina de vôlei também ficou muito próxima do título, mais uma vez. Na final do Campeonato Mundial, foi superada pela Sérvia - bicampeã - e ficou com a medalha de prata em um ano marcado pela renovação do elenco, promovida pelo técnico José Roberto Guimarães.
E das lutas que vieram os outros pódios femininos no ano. No boxe, Bia Ferreira conquistou a prata e Carol “Naka” de Almeida foi bronze no Mundial de Istambul, na Turquia. A judoca Bia Souza chegou à sua melhor colocação em mundiais após a prata em Tashkent, no Uzbequistão, e Milena Titoneli foi bronze no Mundial de Taekwondo, em Guadalajara.
Mundiais em 2023
E o ano promete mais marcas mundiais para as atletas brasileiras, que vão desde brigas pela vaga olímpica a disputa por mais títulos mundiais. Veja alguns campeonatos importantes do ano:
- Copa do Mundo feminina (Julho)
- Mundial de Handebol (Novembro)
- Mundial de Tênis de Mesa (Maio)
- Circuito Mundial de Surfe (Janeiro)
- Mundial de Skate Street (Janeiro) e Skate Park (Fevereiro)
- Mundial de Atletismo (Agosto)
- Mundial de Ginástica (Agosto e Setembro)
- Pré-Olímpico de Vôlei feminino (Setembro)
- Jogos Pan-Americanos (Outubro)