Com mais de duas décadas dedicadas à ginástica artística brasileira, incluindo a disputa de cinco Olimpíadas, o caminho direto para Daniele Hypólito após encerrar a carreira de atleta, seria passar para o 'outro lado', assumindo o posto de treinadora. Seria. Mas a multicampeã tem planos bem diferentes.
Em entrevista exclusiva a O TEMPO Sports, Daniele Hypólito, que está cursando a faculdade de marketing, afirmou ter um plano de seguir atuando com o esporte. Mas de forma um pouco diferente.
"Sonho continuar ajudando o esporte. Estou cursando marketing, visando ajudar o esporte, mas tenho o sonho de ser apresentadora esportiva, porque quero fazer de uma maneira diferente", afirmou.
E Daniele tem certa experiência no ramo. Afinal, já atuou como comentarista para uma emissora de TV fechada durante algumas das etapas da Copa do Mundo de ginástica. Sem contar, claro, com a participação no último BBB.
Daniele Hypólito diz se sentir bem à frente das câmeras para poder falar sobre esporte. E acredita que se sairia bem, mesmo sem ter feito um teste mais sério.
"(Programa) Piloto ainda não fiz, mas fiz uma brincadeira no Rio, no programa apresentado pelo Alex Escobar e Mari Fontes. Tive a oportunidade de brincar, de ler TP (tele-prompter), de falar, então é uma brincadeira legal. Vi que fiquei muito à vontade ali. Quando a gente se sente à vontade, tem certeza que aquilo é pra gente. E quem já esteve lá dentro do esporte fica muito mais fácil trabalhar com isso, né?", destacou.
OBJETIVO CLARO
Caso consiga colocar sua ideia em prática, Daniele Hypólito tem sua missão bem clara: dar mais visibilidade a esportes que hoje recebem mais atenção somente em anos de Olimpíadas.
"Quero mostrar os esportes olímpicos. Nosso futebol já tem uma abertura muito grande para todos os lugares. Quero, de repente, começar a fazer algo diferente, virar apresentadora esportiva mirando o esporte olímpico, para que os atletas de alto rendimento e os atletas olímpicos apareçam mais", destacou.
Hypólito ressalta o esforço feito pelos atletas até chegarem a seus objetivos, fato que, na maioria das vezes, não é valorizado.
"A preparação de um atleta olímpico é de dez anos para estar numa Olimpíada. Por exemplo, o nosso Isaquías Queiroz. Quase não foi falado dele antes da Olimpíada de Paris. Por muito pouco ele não ganhou o ouro. Quando você olha o contexto, um atleta desse tem que ser valorizado não só pela medalha. O menino da marcha atlética (Caio Bonfim), que foi medalhista olímpico agora. O Calderano, do tênis de mesa. São feitos não só para nosso país. É um estímulo para a América do Sul".