Após pendurar as chuteiras, os jogadores de futebol seguem caminhos diversos: carreira como técnico ou auxiliar, virar empresário... Mas um deles quis seguir com a adrenalina do esporte correndo nas veias e, logo depois de encerrar a trajetória nos gramados, começou carreira no automobilismo. Mariano Pernía, que já disputou até Copa do Mundo, hoje acelera nas pistas do mundo.

Argentino de nascimento, Pernía, da equipe Honda YPR Racing, está em Curvelo, palco da 5ª etapa da Stock Car e também da TCR South America, categoria pela qual é corredor. Líder da atual temporada da competição, o piloto conta que seu início no esporte foi longe das pistas e dos motores. O futebol foi sua porta de entrada para o esporte.

Mariano começou a carreira no Independiente de Avellaneda (ARG) e, aos 25 anos, partiu para o futebol espanhol. Após jogar por dois times de menor expressão, chegou ao Atlético de Madrid, onde se naturalizou, se consagrou e trilhou o caminho até a seleção da Espanha, pela qual jogou a Copa do Mundo de 2006 como lateral-esquerdo titular. 

“Jogar a Copa do Mundo é como correr na Fórmula 1 para um piloto. É o máximo que pode aspirar um jogador de futebol, é algo incrível. Você não tem a capacidade de se dar conta do que está jogando, porque a pressão é muito grande. Você está vivendo com muita alegria, mas com muita responsabilidade. Jogar a Copa do Mundo é algo único a nível futebolístico”, considera Mariano, que conversou com exclusividade com O TEMPO Sports.

Em 2011, Pernía se aposentou do futebol, mas não quis largar o esporte. E tendo como inspiração o pai e o irmão, que também fizeram o ‘translado’ futebol-automobilismo, Mariano também foi para o mundo das corridas. 

“Meu pai jogou no Boca Juniors, ganhou a Copa Libertadores duas vezes, jogou na seleção argentina e, depois de jogar futebol, também correu. E nós crescemos com meu pai nos carros. Na Argentina, o futebol e o automobilismo são as duas paixões, sem dúvida”, conta o piloto, filho do ex-zagueiro Vicente Pernía, que venceu as Libertadores de 1977 e 1978 pelo Boca.

Diferença entre jogar futebol e ser piloto de corrida

Ao fazer um paralelo entre os dois mundos, Mariano Pernía faz uma comparação entre o esforço que é exigido em cada um dos esportes. O piloto da Honda diz que o futebol é bem mais físico.

“Termina um partida de futebol e você está muito cansado, muito exausto fisicamente. E o automobilismo te cansa muito mais mentalmente, porque não requer uma força física como o futebol, em que você usa o corpo, por golpes, choques, correr, saltar. Mas o automobilismo é de maior concentração mental, então você fica esgotado mentalmente”, avalia.

Pernía também aponta que o automobilismo é mais coletivo que o futebol. “No automobilismo depende muito da equipe, diria mais que no futebol, porque se não tiver um bom carro, não pode andar bem. Embora pareça um esporte individual, no automobilismo é mais importante a equipe do que no futebol”, compara.