A mineira de Ouro Preto Alice Hellen, atleta do Minas Tênis Clube na ginástica de trampolim, dará, literalmente, um salto na sua carreira quando começar as disputas da modalidade, neste domingo, nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru. Uma meta de criança estará se realizando quando ela for competir com adversárias de bom nível na competição continental.
"Estar aqui é um sonho, é algo que sempre desejei. O Pan, depois da Olimpíada, é a maior competição do mundo envolvendo tantos esportes reunidos. Para qualquer atleta, estar neste torneio é algo mais do que especial", conta. Além dela, o clube de BH também estará representado por Rayan Victor, único do Brasil no time masculino.
Ter ido bem nas suas primeiras participações dentro do Mundial e da Copa do Mundo de ginástica de trampolim trouxe não só bons resultados, como confiança e experiência. No entanto, uma importante diferença vai precisar ser assimilada. Enquanto os melhores rendimentos, até aqui, aconteceram na disputa por equipes (sincronizado), ela terá a missão de 'se virar sozinha'. No Pan, as disputas são individuais, o que vai exigir ainda mais da jovem de 20 anos.
"Toda competição traz experiência, nos dá um salto a mais em busca do objetivo, que é estar na Olimpíada. Cada evento agrega um pouco. Este Pan é preparatório para estar em Tóquio e isso já o faz ser muito especial. Estarei competindo contra grandes atletas", revela. Entre as principais concorrentes, a também brasileira Camilla Gomes, além de atletas do Canadá, EUA e México. "O nível é alto, apesar de não ser o mesmo de uma etapa de Copa do Mundo", conta.
Dependendo somente de si, Alice sabe que uma medalha é algo possível. "Se eu competir bem e acertar os movimentos, as chances são boas. Primeiro preciso acertar a série para estar na final. Tenho uma boa série livre e isso conta a meu favor", analisa.
Resultados recentes
As boas presenças internacionais fizeram Alice receber reconhecimento da Federação Internacional de Ginástica, que lhe condecorou com título de ginasta de classe mundial no ano passado. Na disputa por equipes, ao lado de Camilla Gomes, Alice conseguiu, neste ano, um bronze inédito da primeira etapa da Copa do Mundo em Baku, no Azerbaijão. Na prova individual, ela foi a 21ª colocada. Na segunda etapa, em Minsk, na Bielorrússia, as duas ficaram em sétimo lugar. Na prova individual, Alice não se classificou para as finais. No Mundial de 2018, na Rússia, ela chegou até as semifinais na disputa individual, conseguindo um dos melhores resultados da história do Brasil no evento.