O presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Gianni Infantino, apresentou um balanço positivo da Copa do Mundo de Clubes em entrevista coletiva realizada neste sábado (12) nos Estados Unidos. O evento, que antecede a final entre PSG e Chelsea, contou com a presença de lendas do futebol como Ronaldo Fenômeno, Kaká, Roberto Baggio e Stoichkov.
"Foi um enorme, enorme, enorme sucesso. E digo isso por diferentes pontos de vistas. Estou aqui com essas lendas incríveis. Eles fazem nosso coração bater. Tem muitas coisas positivas, algumas negativas. Teremos 500 milhões de pessoas assistindo à final", afirmou Infantino.
O dirigente respondeu às críticas sobre o torneio, principalmente as vindas do presidente da LaLiga, Javier Tebas. Infantino defendeu que tais opiniões não representam o pensamento geral dos clubes europeus.
"Acho que a primeira coisa que temos que dizer é que a opinião dos europeus não é que a Copa do Mundo é muito ruim para os clubes, isso não é verdade. Há grandes times aqui, ficaram felizes de virem para cá. Alguns times não puderam vir porque não se classificaram, alguns nos procuraram para tentar participar. Há vozes que fazem críticas negativas, nós respeitamos. Diferentes opiniões são importantes para todos. Eu, como presidente da Fifa, e eu tenho que falar coisas positivas e acredito nisso, mas temos pessoas aqui para falar", disse.
Ronaldo Fenômeno também minimizou as críticas ao torneio. "Eu vi só dois caras fazendo críticas sobre a Copa do Mundo de Clubes. Um deles odeia tudo que não é a Liga (Javier Tebas, presidente de LaLiga). O outro a gente respeita a opinião, mas eu penso que é o que o presidente falou sobre fatos e números", declarou o ex-atacante brasileiro.
O brasileiro complementou sua análise sobre o impacto do Mundial. "O entusiasmo das pessoas, dos fãs e a qualidade dos jogos. Eu penso essa competição que foi um sucesso enorme. Nós tentaremos melhorar, estamos muito felizes de vermos nossos fãs felizes. Futebol é para os fãs. Acredito que fizemos um grande trabalho", afirmou.
Stoichkov elogiou o novo formato da competição. "Quero falar dessa grande invenção, que foi a Copa do Mundo de Clubes. Em primeiro lugar: há muitas culturas diferentes, muita gente vem de vários países. Em outros anos, jamais poderia se pensar que tantos clubes poderiam jogar. Isso teria acontecido. É uma grande invenção que temos de acolher. Como disse Ronaldo, não gosto das críticas. Há críticas positivas. Nessa Copa, vi muita gente alegre, muita gente que queriam conhecer esse campeonato. Clubes que jamais em sua vida poderiam jogar isso", disse o búlgaro.
Sobre as reclamações relacionadas ao calendário, Stoichkov foi direto. "Em algumas ligas europeias, alguns treinadores e jogadores se queixam, mas não estão aqui. Não estão vendo o que é o futebol. Estão de férias e criticando porque há muitos jogos. Quantos jogos estão jogando? A cada quatro anos, se jogam sete partidas. Na Europa, Champions League, Liga Europa, Liga das Nações, Copa das Confederações, Final Four e aí não reclamam. Ninguém reclamam", argumentou.
O ex-jogador búlgaro compartilhou sua experiência pessoal. "Tenho aqui um cara que jogou comigo no Barcelona. Jogamos quase 60 partidas, fomos ao Mundial e jogamos a Copa do Mundo de 1994 aqui nos Estados Unidos, Roby (Roberto Baggio) jogou em 94, e não tem problema. A mentalidade ganhadora tem que surgir em cada jogador e treinador. Temos que dar exemplo. As críticas não servem para nada, simplesmente servem para defender as nefastas coisas que estão fazendo. Os clubes recebem uma quantidade de dinheiro que é fundamental para os times que não estão aqui, porque nenhuma federação dá dinheiro a clubes que não estão aqui", disse.
Brasileiros no Mundial
Infantino destacou a presença brasileira na competição ao falar da final. "A final entre PSG e Chelsea reúne duas equipes incríveis, que perderam apenas um jogo cada. Chelsea perdeu para o Flamengo, PSG perdeu para o Botafogo. Para mim, o presidente da Fifa, esses dois times, que são dois grandes europeus, têm jogadores de cinco diferentes continentes. Cinco continentes estão presentes na final, e eles podem ganhar pela primeira vez a Copa do Mundo de Clubes da Fifa", declarou.
O presidente da entidade ressaltou a diversidade de equipes competitivas no torneio. "Times de seis diferentes continentes fizeram pelo menos um ponto. Times do México, dos Estados Unidos e da Arábia Saudita passaram. Al-Hilal eliminou o Manchester City, o que foi uma enorme surpresa", afirmou.
Infantino encerrou sua participação comparando o público do Mundial com outras competições. "Nenhuma liga no mundo, exceto a Premier League, tem média de 40 mil por jogo. O mundo está curtindo esse futebol de nível top. Top, top, top", disse.