Em meio às críticas de personalidades do futebol à realização da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, a entidade que rege o futebol mundial decidiu acionar os embaixadores do torneio para defender a competição intercontinental. No último domingo (29), em Miami, enquanto o intervalo do jogo entre Flamengo e Bayern de Munique acontecia, o ex-volante e hoje comentarista Felipe Melo retrucava as declarações de Raphinha, do Barcelona, sobre o fato de o certame comprometer as férias dos jogadores que atuam no futebol europeu.

“Respeito a opinião dele, mas para mim é um prazer disputar uma competição como essa. Quero ver se ele (Raphinha) vai falar isso ano que vem, quando for convocado para a Copa do Mundo”, disparou o ex-jogador, conhecido por suas opiniões e declarações fortes.

“Muitas vezes eu abri mão de minhas férias para jogar eliminatórias, Copa das Confederações, depois tinha 10 dias. É um prazer estar aqui, disputando uma competição fora do país ainda”, acrescentou Felipe Melo. 

Apesar do público modesto durante a fase de grupos da Copa do Mundo de Clubes, com a FIFA calculando mais de um milhão de assentos vazios, a entidade está certa de que levará a competição adiante. Recentemente, especulou-se que o torneio poderia acontecer até mesmo de dois em dois anos. 

O Mundial dos Milhões

O Mundial no novo formato é uma realização pessoal do presidente da FIFA Gianni Infantino, que vê na competição potencial para turbinar as receitas da entidade. Enquanto o criticismo é escancarado por alguns, como o hoje diretor Jürgen Klopp, que chegou a dizer que a “Copa do Mundo de Clubes é a pior invenção já feita no futebol”, o torneio conta com apoiadores, especialmente os clubes — satisfeitos com a gorda quantia na conta por participar da competição. 

Com a classificação para as quartas de final, Palmeiras e Fluminense, por exemplo, superaram os US$ 37,4 milhões (cerca de R$ 207 milhões) que o Botafogo levou por ter vencido a Libertadores de 2024. Os dois times possuem agora o recorde de premiação na história do futebol brasileiro — ambos receberam cada um US$ 39,8 milhões (pouco mais de R$ 218 milhões, na cotação atual).

Palmeiras e Fluminense podem ganhar ainda mais, já que a vaga nas semifinais concede aos classificados US$ 21 milhões (R$ 115,78 milhões). A caminhada até um hipotético título reservaria aos cofres de um dos brasileiros uma outra valiosa fortuna de US$ 40 milhões (R$ 220 milhões). 

O futuro da competição ainda é uma incógnita, mas com cifras bilionárias e o apoio do capital estrangeiro, especialmente dos árabes, Infantino está certo de que tomou a decisão correta, mesmo que a FIFA ainda sofra para conseguir fazer com que os assentos vazios nos Estados Unidos sejam preenchidos.