A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (5/11) a Operação Spot-fixing, que investiga uma possível manipulação de apostas envolvendo o atacante Bruno Henrique, do Flamengo. A operação apura se o jogador rubro-negro recebeu um cartão vermelho de forma intencional no confronto contra o Santos, em 1º de novembro de 2023, pelo Campeonato Brasileiro, para beneficiar apostadores que seriam seus parentes e amigos.
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No jogo contra o Santos, Bruno Henrique, que já estava pendurado com dois cartões, foi advertido com um cartão amarelo aos 50 minutos do segundo tempo por uma falta em Soteldo. Em seguida, o jogador foi expulso após reclamar com o árbitro Rafael Klein. Essa foi sua única expulsão no ano. No total, ele acumulou oito cartões amarelos em 2023 – sete no Brasileirão e um na Libertadores.
Devido ao cartão vermelho, o jogador cumpriu suspensão de dois jogos. Após a suspensão, o atacante rubro-negro atuou em seis oportunidades: ficou no banco de reserva contra o Fluminense, Bragantino, Cuiabá, São Paulo, e foi titular contra o América, Atlético. Com a chegada do técnico Tite, Bruno Henrique perdeu espaço na equipe, que passou a contar com Everton Cebolinha como titular. Ao todo, em 2023, o camisa 27 fez 38 jogos com a camisa do Flamengo. Anotou sete gols e fez duas assistências.
Em agosto, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) arquivou uma investigação sobre o caso, após receber um alerta da Conmebol e um relatório da empresa Sportradar. Nesta terã-feira, o tribunal divulgou uma nota informando que não encontrou indícios de ganho econômico significativo para o jogador e apontou que os valores envolvidos nas apostas seriam baixos em relação ao salário de Bruno Henrique.
Leia a nota do STJD:
"O Superior Tribunal de Justiça Desportiva recebeu comunicado da Diretoria de Ética e Conformidade da CONMEBOL, encaminhado pela Unidade de Integridade do Futebol Brasileiro em 02/08/2024, sobre a partida ocorrida em 01/11/2023 (nove meses antes) entre Flamengo RJ e Santos SP, com relato de comportamento atípico no cartão amarelo do atleta Bruno Henrique Pinto.
De imediato, a Procuradoria de Justiça Desportiva oficiou a empresa SPORTRADAR, parceira externa contratada pela FIFA para monitorar o campeonato objeto da suspeita de manipulação, inclusive com a realização de análise de inteligência. Em resposta, a SPORTRADAR apresentou relatório com a conclusão de que não identificou irregularidades no momento da partida.
Em análise desportiva do lance, a Procuradoria constatou que os fatos observados se coadunam com a realidade razoável da prática do futebol, considerando, notadamente, a ação do atleta no fato assinalado como falta, a intensidade da jogada, a reação do jogador após a marcação da infração e o minuto da partida em que a disputa de bola ocorreu. Entendeu-se que, na ótica desportiva, os fatos são compatíveis com os parâmetros usuais.”