A Polícia Federal investiga a criação de pelo menos 12 novas contas que apostaram em cartão para o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, na partida contra o Santos, pelo segundo turno do Campeonato Brasileiro de 2023.
O jogador do Flamengo é alvo de investigação por suspeita de ter recebido cartão para favorecer apostadores. Dentre os suspeitos estão o irmão do atacante, a cunhada e uma prima. Além deles, esse padrão se repetiu entre outros seis investigados. Entre os valores identificados nas apostas sobre o cartão do atleta estão:
- R$ 3.050,00 para ganhar R$ 9.150,00 (lucro de R$ 6.100,00)
- R$ 2.300,00 para ganhar R$ 7.000,00 (lucro de R$ 4.700,00)
- R$ 1.500,00 para ganhar R$ 4.550,00 (lucro de R$ 3.050,00)
No entanto, conforme a polícia esses valores podem não representar o total envolvido no caso.
A investigação teve início após uma comunicação da Unidade de Integridade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Relatórios da International Betting Integrity Association (IBIA) e da Sportradar, organizações especializadas em monitorar padrões irregulares de apostas e possíveis manipulações em eventos esportivos, apontaram suspeitas de manipulação no mercado de cartões durante uma partida do Campeonato Brasileiro.
De acordo com o relatório da IBIA, "a extensão das apostas indicou forte confiança na ocorrência do resultado".
A CBF observou que, nos dois anos anteriores, a chance de Bruno Henrique ser punido com cartão era de cerca de 20%. Contudo, nesse jogo, a concentração de apostas nesse evento subiu para 90%, o que sugere possível acesso prévio a informações sobre o resultado.
O documento da IBIA ainda informa que as "odds" para Bruno Henrique receber um cartão eram de 3,10, o que significa que, a cada R$ 1 apostado, o retorno seria de R$ 3,10 caso o cartão fosse aplicado. Os valores das apostas identificadas pela PF corroboram essas estimativas.
Entenda o caso
A Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Distrito Federal deflagraram, nesta terça-feira (5 de novembro), a operação Sport-fixing, que apura possível manipulação do mercado de cartões em partida do Campeonato Brasileiro da Série A de 2023. O alvo da operação seria o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, que foi expulso nos minutos finais da partida contra o Santos em novembro.
Mais de 50 policiais federais e 6 membros do Gaeco/DF cumprem 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça do Distrito Federal, nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vespasiano, Lagoa Santa e Ribeirão das Neves. Os endereços do Rio de Janeiro seriam a casa de Bruno Henrique e o Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo. Na região metropolitana, os alvos de busca são parentes e amigos do jogador.
A investigação teve início a partir de comunicação feita pela Unidade de Integridade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). De acordo com relatórios da International Betting Integrity Association (IBIA) e Sportradar, que fazem análise de risco, haveria suspeitas de manipulação do mercado de cartões na partida do Campeonato Brasileiro entre Santos e Flamengo no estádio Mané Garrincha.