O Mineirão inaugura neste domingo (27 de julho) o Espaço de Acolhimento à Mulher. O local, que atenderá vítimas de assédio, racismo, importunação sexual e outras formas de violência de gênero durante eventos esportivos, começa a funcionar antes da partida entre Cruzeiro e Ceará pelo Campeonato Brasileiro.
Instalado no estacionamento G2, junto ao Juizado Especial Criminal (Jecrim), o espaço conta com profissionais treinadas e materiais informativos para orientar as vítimas sobre os procedimentos adequados após ocorrências de violência. A iniciativa é parceria entre o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Ministério Público estadual, Defensoria Pública, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e as Polícias Civil e Militar mineiras.
"A inauguração do Espaço de Acolhimento à Mulher no Mineirão é mais do que uma ação de enfrentamento à importunação sexual. É um compromisso concreto com o respeito, a dignidade e a integridade de todas as mulheres. Queremos que elas se sintam seguras, acolhidas e amparadas dentro do estádio", afirmou a gerente de compliance e ESG do Mineirão, Amanda Bomtempo.
O projeto segue diretrizes da Carta de Brasília, documento elaborado em março de 2025 durante o Encontro Nacional dos Juizados do Torcedor. Segundo o texto, é recomenda a criação de salas específicas nos Juizados do Torcedor com equipes multidisciplinares para atender mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência em eventos esportivos.
Conforme divulgado pelo Mineirão, o estádio já desenvolve ações voltadas ao público feminino desde 2019, quando criou o programa #Repense para tornar o futebol mais acolhedor para mulheres. A hashtag #DeixaElaTrabalhar é exibida na Tribuna de Imprensa do Gigante da Pampulha contra o preconceito enfrentado por jornalistas mulheres.
Ainda, em 2021, após a pandemia, o estádio registrou aumento nos casos de importunação sexual. Em tentativa de remediar a situação, foi criada a campanha "Todos contra a Importunação Sexual". A iniciativa incluiu cartazes informativos pelo estádio, QR Codes para denúncias, adesivos nas cadeiras e mensagens nos telões.