Apesar da solicitação da Polícia Federal (PF) para que Bruno Henrique comparecesse para um depoimento sobre sue possível envolvimento em um esquema de manipulação de cartão, o atacante do Flamengo recusou e não conversou com as autoridades. O jogador seria ouvido no dia 1º de abril pelos investigadores. A escolha de não conversar com a PF não infringe nenhuma norma, já que a presença nesse tipo de depoimento é opcional.
O encontro estava marcado para às 15h daquela terça-feira, que foi a última oitiva antes da conclusão das investigações, o que resultou na divulgação oficial do inquérito contra o jogador, acusado de forçar uma punição por cartão amarelo em jogo contra o Santos, no Brasileirão de 2023. As informações são do portal Metrópoles.
O veículo afirma que Bruno Henrique solicitou a seus advogados que recusassem qualquer convite para comparecer ao depoimento da Polícia Federal. Um posicionamento por escrito seria entregue às autoridades, mas isso também não aconteceu. O documento analisado pelo Metrópoles diz que o atacante informou aos investigadores que estaria em atividade no Ninho do Urubu, CT do Flamengo, para o tratamento de uma lesão, o que o impediria de comparecer à delegacia.

Essa foi a segunda vez que Bruno Henrique foi convidado a prestar um depoimento para se posicionar sobre o caso. Em 2024, quando o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) ainda tinha investigações abertas sobre o caso, o atacante, por meio dos seus advogados, se declarou inocente.
No começo de novembro do ano passado, a defesa do jogador do rubro-negro carioca emitiu uma alegação de inocência ao STJD, elencando as razões que provariam que Bruno Henrique não teve qualquer envolvimento com manipulação de cartão amarelo.
- Chamaria a atenção a frieza da qual o atleta teria que dispor para aguardar os acréscimos do segundo tempo para perpetrar a ilegalidade pretendida, inclusive correndo o risco de que a partida fosse encerrada antes de ter consumado o ato - disse a defesa.
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Alegação de inocência
O jogador falou sobre o caso uma única vez. Após o título da Copa do Brasil contra o Atlético Mineiro, na segunda semana de novembro, Bruno Henrique conversou com o canal SporTV ainda na Arena MRV, em Belo Horizonte, e afirmou que foi pego de surpresa pelo anúncio das investigações da Polícia Federal contra ele próprio.
- Recebi (a notícia da acusação) de uma forma agressiva. Não esperava da forma que foi. Mas acredito na justiça lá de cima. Deus sempre esteve comigo. Minha vida e a minha trajetória, desde que comecei a jogar futebol, nunca foi fácil. Mas Deus sempre esteve comigo. Estou tranquilo em relação a isso, junto com meus advogados, empresários e pessoas que estão nessa batalha comigo. Peço que a justiça seja feita. Separar o fora de campo de dentro de campo. - disse após a decisão.
O jogador seguiu afirmando que sempre viveu uma vida humilde e que sempre respeitou todos em sua carreira como atleta de futebol.
- Como falei agora, tenho uma pessoa que consegue me ajudar mentalmente. Porque da forma que foi não é fácil. Sempre tive uma vida difícil. Nunca foi fácil para mim. Cheguei com muita humildade e respeitando todo mundo e assim vai ser daqui para frente até quando eu parar de jogar. Só tenho que agradecer a Deus pela minha vida e da minha família. Estou muito feliz pelo título - comentou Bruno Henrique à emissora. Na sequência, cravou a inocência.
- Sim (afirma ser inocente).

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Bruno Henrique ainda não se manifestou
Após a divulgação da notícia do inquérito desta terça-feira (15), a assessoria do jogador garantiu que o mesmo não irá se posicionar. O Flamengo lançou nota oficial no fim do dia dizendo que não foi comunicado por qualquer autoridade pública sobre o indiciamento e diz ter ficado sabendo pela imprensa. Veja a nota na íntegra:
"O Flamengo não foi comunicado oficialmente por qualquer autoridade pública acerca dos fatos que vêm sendo noticiados pela imprensa sobre o atleta Bruno Henrique.
O Clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal, com ênfase no contraditório e na ampla defesa, valores que sustentam o estado democrático de direito."