A Justiça do Rio determinou nesta terça-feira (10) a prisão preventiva da delegada Adriana Belém, acusada de envolvimento em uma organização criminosa especializada em jogos de azar. Na casa dela, foram encontrados cerca R$ 1,8 milhão, sendo que parte do dinheiro estava em sacolas da grife Louis Vuitton.
A delegada é considerada uma 'segunda mãe' do ex-jogador Adriano Imperador. Ela é conhecida como uma delegada ‘pop’, pois tinha 161 mil seguidores em sua conta no Instagram. Na rede social, a delegada desfilava com várias celebridades.
Em vídeos com ela, estavam os ex-jogadores Adriano Imperador, Deco, Edmundo, Amoroso, Djalminha e Carlos Alberto, além de cantores de pagos (Dudu Nobre e Xande de Pilares), funkeiros e promoters. Adriana tentou ser vereadora no rio de janeiro em 2020. Teve 3,5 mil votos e não se elegeu.
Adriano Imperador, nesta terça (10), chegou a postar uma mensagem, depois da prisão, no Instagram, dizendo "você não conhece as pessoas, você apenas conhece o que elas permitem que você veja".
A delegada foi denunciada sob suspeita de corrupção pela liberação de máquinas caça-níqueis e será encaminhada à Corregedoria da Polícia Civil. Os promotores suspeitam que o valor encontrado seja proveniente de lavagem de dinheiro. A Folha não conseguiu ainda contato com a defesa dela.
Segundo a Polícia Civil, Belém não ocupa atualmente cargo na corporação e está lotada em outro órgão. "A Corregedoria-Geral da instituição solicitará acesso às investigações para dar andamento aos processos administrativos necessários", disse o órgão em nota.
Belém foi um dos alvos da operação Operação Calígula, que tem como objetivo desarticular um esquema para proteger uma organização criminosa especializada em jogos de azar. O Ministério Público estadual denunciou ao todo 30 pessoas no caso.
Segundo a denúncia, um dos integrantes do grupo é Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos que mataram a vereadora Marielle Franco na noite de 14 de março de 2018. Ele foi preso em março de 2019 e se tornou réu sob acusação de homicídio da parlamentar.
Segundo a Promotoria, o grupo é liderado por Gustavo de Andrade e seu pai, Rogério de Andrade -sobrinho de Castor de Andrade, um dos maiores bicheiros cariocas. Castor sofreu um infarto em 1997 enquanto cumpria prisão domiciliar. Segundo o Ministério Público, a organização criminosa atuava no Rio de Janeiro e em outros estados do país.
Segundo a denúncia, os criminosos tinham acertos com agentes da Polícia Civil mediante pagamento de propina. O objetivo do acordo era garantir a proteção do bando. Já os agentes da Polícia Militar receberiam valores mensais para permitir o funcionamento das casas de aposta do grupo. A delegada Adriana seria uma das agentes que ajudaria o bando. (Folhapress)