Quem acompanhou o futebol nacional no início dos anos 2000 certamente vai se lembrar de um atacante veloz, habilidoso e carismático que caiu nas graças da torcida rubro-negra: Roma. Com nome de craque italiano, mas nascido em Belém do Pará, Paulo Marcel Pereira Merabet — o Roma — virou xodó do Maracanã e marcou época ao lado de nomes como Adriano e Petković. O Lance! conta por onde anda Roma.
Revelado nas quadras de futsal do Remo, Roma chegou ao Flamengo após se destacar em uma final contra o Paysandu. Em 1997, passou nos testes e iniciou sua trajetória no Rubro-Negro, estreando profissionalmente na Copa Mercosul de 2000, com direito a vitória por 4 a 0 sobre a Universidad do Chile. A partir dali, acumulou títulos, gols e uma relação afetiva com a torcida carioca.
Durante quatro anos de clube, foram 118 jogos e 23 gols marcados, além de títulos importantes como o Campeonato Carioca, a Taça Guanabara e a Copa dos Campeões, todos em 2001. Também foi dele um dos gols que livraram o Flamengo do rebaixamento no Brasileirão daquele ano. Por outro lado, também viveu momentos duros, como o pênalti perdido na final da Copa Mercosul, diante do San Lorenzo, em pleno Maracanã.
Com o fim da passagem pelo Flamengo, Roma ainda teve carreira extensa no Brasil e no exterior, com passagens por clubes na Coreia do Sul, Bélgica, México, Omã, Portugal e Albânia. Aposentou-se oficialmente em 2011, mas sua relação com o futebol — e com a paixão rubro-negra — seguiu viva. E hoje, mais de uma década depois de pendurar as chuteiras, o ex-atacante segue envolvido com o esporte e a sua terra natal. Mas afinal, por onde anda Roma?
Por onde anda Roma?
Após encerrar a carreira no futebol, Roma (@romafutebol11) se reinventou fora de campo. Apaixonado por direito desde criança — inspirado na mãe, que foi desembargadora —, decidiu seguir o caminho da advocacia. Ingressou na faculdade de Direito, formou-se aos 37 anos e, ao lado do irmão, abriu um escritório em Belém.
Atualmente, Roma atua como advogado especializado em direito do trabalho e direito desportivo, prestando consultoria jurídica para atletas e profissionais do esporte. A familiaridade com os bastidores do futebol se tornou um diferencial importante na nova fase da vida profissional. Seu escritório já atendeu diversos jogadores e causas trabalhistas no cenário esportivo.
“Minha família é toda da área jurídica. Só eu fui para o esporte. Mas sempre admirei a advocacia, especialmente por causa da minha mãe. Gosto de advogar, de processo, de estudar os casos. E ainda estou ligado ao futebol, o que me deixa feliz”, revelou Roma em entrevista recente.
Presidente do Santa Rosa, clube tradicional do Pará
Além da advocacia, Roma exerce uma função direta no futebol: é o presidente do Santa Rosa, clube centenário da cidade de Ipixuna do Pará, que disputa a primeira divisão do Campeonato Paraense. O time vive uma fase de reestruturação e, sob a liderança de Roma, tem metas ambiciosas: disputar a Série D do Brasileirão e buscar uma vaga na Copa do Brasil.
Segundo o próprio ex-jogador, o Santa Rosa aposta em um projeto equilibrado, com mescla entre juventude e experiência, estrutura mais profissional e investimentos pontuais. O clube disputa em 2025 seu segundo ano consecutivo na elite estadual.
Mesmo com agenda cheia como dirigente, Roma ainda encontra tempo para acompanhar o Flamengo. Na Supercopa do Brasil contra o Botafogo, em Belém, ele fez questão de estar presente no Mangueirão com a família: “O Flamengo vai fazer um bom jogo, acho que vence por 3 a 1. É a maior torcida do Norte, e o time cresce em decisões”, disse.
Ele acredita que teria espaço no Flamengo atual
Apesar do tempo afastado dos gramados, Roma mantém a confiança no seu futebol e garante que teria espaço no elenco rubro-negro atual. Em entrevista, comparou-se a Michael, atacante que brilhou recentemente com a camisa do clube, e não economizou:
“Eu me considero muito melhor que o Michael. Sabia jogar como extremo e por dentro, fazia gols, finalizava bem. Não sei se seria titular, mas estaria no grupo para ajudar. Eu era veloz, tinha mais técnica e era o xodó da torcida.”
As declarações, feitas com bom humor, mostram que o espírito competitivo segue vivo. Mais do que isso, reforçam o vínculo afetivo entre Roma e a Nação Rubro-Negra, algo que permanece até hoje, mais de 20 anos depois da sua fase mais brilhante com a camisa do Flamengo.
Clubes em que Roma atuou como jogador:
- Flamengo
- União Futebol (Omã)
- Al-Nasr (Omã)
- Brasiliense
- Jeonbuk Hyundai (Coreia do Sul)
- Lokeren (Bélgica)
- Marília
- Pumas (México)
- Belenenses (Portugal)
- Santa Cruz
- Boa Esporte
- Partizani Tirana (Albânia)
- Macaé
- São Cristóvão
- Águia de Marabá
- Salgueiro
- Bragantino-PA