Segurança no estádio

Mineirão vai rever esquemas de entrada, mas responsabilidade é dos clubes

Samuel Lloyd, diretor da Minas Arena, declarou que novos ingressos, digitais ou impressos em casa, são mais vulneráveis

Por Débora Elisa
Publicado em 07 de julho de 2022 | 14:21
 
 
 
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A escalada da violência no Mineirão chamou atenção nas últimas semanas, com o aumento dos relatos, principalmente nas redes sociais, de casos de assalto, roubos e importunação sexual. O diretor do Mineirão, Samuel Lloyd, falou ao jornal O TEMPO sobre medidas que devem ser tomadas, tanto por parte da gestão do estádio quanto pelo clubes, para coibir a ação criminosa nas dependências do Gigante da Pampulha.

Uma preocupação urgente é a questão dos ingressos falsos, que causam confusão na entrada dos jogos facilita a passagem de criminosos. O Cruzeiro, na últma semana, se pronunciou sobre o caso, afirmando ter ciência da incidência de falsificações.

De acordo com Lloyd, a responsabilidade pela emissão desses tickets é inteiramente dos clubes mandantes, mas garantiu que a gestão do estádio irá auxiliar na criação de medidas para melhorar o processo de verificação.

"Hoje os clubes são os responsáveis pela emissão dos ingressos e checagem na entrada. As pessoas que ficam nas catracas checando são contratadas pelos clubes mandantes. A gente está aqui para dar suporte. Nós percebemos o empenho dos clubes para resolver essa questão, mas ainda há barreiras tecnológicas para que a gente possa dar novos passos e inovar nessa questão da entrada dos torcedores no estádio", comentou o diretor.

Uma das possibilidades, inclusive, é a de acrescentar um processo de verificação, passando a exigir os ingressos já no acesso à Esplanada, e não somente nas catracas.

"Um dos passos que vamos dar juntos aos clubes é uma primeira checagem na linha de busca, da revista. Vai haver uma primeira checagem dos ingressos, e não apenas na catraca, como tem acontecido. Isso pode minimizar esses problemas", garantiu Lloyd.

Excesso de tecnologia pode ser um fator

As facilidades para a retirada e/ou impressão dos ingressos das partidas também pode ser um fator de influência nesses casos. Segundo o diretor, os ingressos digitais, que podem ser até impressos em casa, são muito mais vulneráveis às ações de criminosos.

"O que a gente vem falando para os clubes é que eles melhorem a segurança da emissão dos bilhetes. Antigamente, as pessoas podiam comprar online, mas tinham que retirar o ingresso físico, e é um ingresso que tinha oito ações de segurança. Você não rasgava, era difícil de copiar, tinha holografia. Vários itens de segurança", contou o gestor, salientando a importância de seguir esses protocolos de segurança para evitar o acesso de criminosos nas dependências do Mineirão.

"Hoje em dia, com impressão ou entrada por pdf, e até tickets impressos em casa, tem piorado a sensação de segurança. Apesar que o mundo está evoluindo (em tecnologia), no futebol, em razão da conjuntura de falsificação e até dificuldade de acesso rápido (no estádio), talvez a gente tenha que dar um passo atrás para rever inovações de entradas dos estádios. Mesmo os cartões, que possuem muita tecnologia, precisam ser revistas", admitiu Lloyd.

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