O Real Madrid entra em campo na noite de domingo (22) para enfrentar o Pachuca pela segunda rodada da fase de grupos do Mundial de Clubes da Fifa. O técnico Xabi Alonso quer se recuperar do tropeço em sua estreia pelo clube no empate com o Al-Hilal, na quarta-feira, e terá que contornar um problema persistente no sistema ofensivo da equipe: a ausência de Kylian Mbappé.

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O atacante francês se recupera de uma gastroenterite aguda que o tirou da partida de estreia no torneio e a expectativa é que ele não se recupere a tempo para o segundo confronto da chave, contra os mexicanos. Por isso, Xabi precisará pensar, mais uma vez, em uma alternativa que substitua o artilheiro madridista na temporada 2024/25. Para isso, existem alguns cenários possíveis.

O mais lógico, inicialmente, é a manutenção do esquema utilizado contra o Al-Hilal. O treinador espanhol optou por um esquema 4-3-3, onde levou ao onze inicial Thouaméni, Valverde e Bellingham no meio-campo para munir o trio de ataque formado por Vini Jr. na esquerda, Rodrygo pelo lado direito e jovem Gonzalo García na referência. O jovem de 21 anos é da base do Madrid e havia feito apenas seis jogos na equipe profissional, com um gol marcado, antes de entrar como titular no Mundial de Clubes.

O jovem atuou durante todos os 90 minutos e larga como a principal opção para o time titular no segundo compromisso. Entretanto, existem algumas referências táticas recentes no Real Madrid que podem inspirar Xabi Alonso a alterar o esquema. Um deles seria à moda Carlo Ancelotti, abrindo mão de um homem de referência para ter Bellingham avançado, quase como um falso 9, e os pontas brasileiros mantidos pelo lado.

Essa foi uma formação adotada pelo ex-técnico italiano da equipe, hoje na Seleção Brasileira. À época, Ancelotti ainda não contava com Mbappé no time e usou o trio Bellingham, Vini e Rodrygo com frequência. Coincidência ou não, o time terminou com um título da Champions Legaue, um troféu The Best para Vini e uma temporada de artilheiro para o meia inglês.

Xabi tem o compromisso de elevar o nível do Real Madrid neste próximo confronto, mas não pode deixar de testar seus novos jogadores em seu novo clube. O jovem técnico precisará equilibrar as ações para entregar o esperado, mesmo que sem 100% de confiança no plano tático, a começar pelo duelo com o Pachuca. No Grupo H, o RB Salzburg, que enfrenta os sauditas, lideram com três pontos após vencerem na primeira rodada.

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Xabi Alonso comanda Real Madrid em sua estreia como treinador do clube no Mundial
Xabi Alonso comanda Real Madrid em sua estreia como treinador do clube no Mundial (Foto: Patricia De Melo Moreira/AFP)

Dupla de ataque brasileira

Se a ideia for ter superioridade numérica no meio-campo, Xabi pode abrir mão de ter Bellingham mais avançado, sacar Gonzalo García no time titular e ter Vini Jr. e Rodrygo como referências mais à frente. O meio-campo pode ganhar volume com alguns nomes - que têm suas características específicas -, como Modric de titular, o que daria mais liberdade para Valverde, ou Brahim Díaz como quarta peça no meio.

O meia marroquino entrou no lugar de Vini Jr. no último jogo e pode atuar mais aberto. Nesse contexto de titularidade, poderia jogar caindo pelo lado esquerdo, enquanto o camisa 7 brasileiro concentraria suas atividades mais por dentro. Esse esquema não impede que Vini e Rodrygo troquem de posição momentaneamente com os meias mais avançados, principalmente aqueles que atuarem pelos lados, como o próprio Brahim, ou Valverde.

Sem espaço para o 'esquema Leverkusen'

É difícil projetar que Xabi Alonso repita no Real Madrid a fórmula que o levou ao sucesso no Bayer Leverkusen, da Alemanha. Lá, o espanhol jogava com três zagueiros, um meio-campo muito povoado, dois laterais-alas muito avançados (que marcavam muitos gols) e um ou dois homens de referência no ataque.

Considerando o elenco do Real Madrid, o time espanhol não dispõe de tantas peças que cumprem essas características. A defesa, por exemplo não oferece zagueiros e laterais o suficiente para cumprir tais funções.

Na zaga, por exemplo, o clube tem Éder Militão e Alaba no processo de retorno de lesão, provavelmente apenas para a terceira rodada, além Rudiger, que deve ser relacionado para o próximo confronto, mas ainda sem confirmação se estará apto fisicamente para jogar uma partida completa. Nas laterais, Carvajal, na direita, pode retornar no último confronto e Mendy, na esquerda, não tem data definida.