Fábio Coutinho, de 42 anos, vítima de injúria racial durante a partida entre Cruzeiro e Atlético no último domingo (10) no Mineirão, onde trabalhava como segurança, afirmou a O TEMPO que o político Iran Barbosa, de 35 anos, se apresentou como deputado durante a confusão como uma forma de "carteirada". O ex-parlamentar, no entanto, nega a acusação.

"Desde o intervalo, ele estava xingando todos nós, chamando a gente de muleque, muleque, muleque. E exaltando a torcida contra a nossa equipe. (...) Ele usou a prerrogativa de 'eu sou deputado, eu vou passar e eu posso passar'", disse o segurança.

"E eu me dirigi a ele com essas palavras: se o senhor é deputado, tem que conter os seus ânimos, e dar exemplo aos demais. Mas ele continuou. E ele sabe disso. A companheira estava com ele e o contendo", concluiu.

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No boletim de ocorrência feito na Polícia Civil nessa segunda-feira (11), Fábio tinha relatado que um homem de "cabelo liso" alegava a todo momento que era deputado, e por causa disse, poderia ter acesso a qualquer lugar do estádio, além de xingar os funcionários da segurança.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com o político sobre o caso, que negou qualquer tentativa de "carteirada" para ter acesso a algum lugar do estádio. "Não existe a menor possibilidade deu ter dado carteirada lá. Eu jamais faria uma coisa dessas", disse Iran.

Sobre os xingamentos feitos aos seguranças, o ex-deputado e também ex-vereador de Belo Horizonte confessou o ato, mas disse estar arrependido. "Eu só me arrependo de ter me excedido. Eu estava conversando calmamente com eles, mas estavam bloqueando as saídas de emergência", afirmou.

Iran Barbosa relatou que deve prestar queixa contra Fábio Coutinho por calúnia. "Se ele tiver falado que em algum momento alguém se apresentou como uma autoridade, e tiver se referindo a mim, que falei que eu era deputado, eu vou fazer um boletim de ocorrência por denunciação caluniosa contra ele", concluiu.