As últimas cinco Superligas de Voleibol, Minas Gerais ganhou quatro no feminino (três com o Minas e uma com Praia) e três no masculino, todas com o Sada Cruzeiro, atual campeão. A força do Estado no esporte, que já está consolidada, deve ser aumentada na próxima temporada.
Os times mineiros estarão em peso na elite do vôlei brasileiro na Superliga 2025/2026. Serão oito equipes no total, cinco no masculino e três no feminino, disputando a taça de melhor time do vôlei brasileiro. É o maior entre todos os Estados que têm representantes no torneio de clubes.
Entre os homens, estarão na frente de batalha Sada Cruzeiro, do ponteiro Douglas Souza; Itambé Minas, vencedor da Copa Brasil; Praia Clube, vice-campeão sul-americano e semifinalista da Superliga; além dos caçulas Monte Carmelo, campeão da Superliga B, e Juiz de Fora, vice, que retorna à elite nacional.
Já as meninas serão representadas por Gerdau Minas, da campeã olímpica Thaísa, Dentil Praia Clube, campeão sul-americano, e Batavo Mackenzie, em seu segundo ano na competição nacional.
Polo do vôlei
Para Manoel Honorato, supervisor do Monte Carmelo, a equipe estar entre os melhores do Brasil é uma honra. Ele apontou que o vôlei mineiro pode ficar ainda mais forte em um futuro breve. “É uma honra (estar no grupo de elite do vôlei). Minas realmente vem crescendo muito. São cinco equipes no masculino e três no feminino. É um grande fato”, observou.
Ele comentou ainda que no Campeonato Mineiro, além desses cinco times, vão estar mais outras equipes qualificadas, “como Araguari e também Montes Claros”.
Já André Silva, treinador do JF Vôlei, destacou o nível do trabalho feito no Estado. “Ter cinco equipes mineiras na elite da Superliga é o reflexo de um trabalho dos clubes em Minas Gerais. O Estado se consolidou como verdadeiro polo do voleibol brasileiro, sendo a Liga B totalmente mineira (campeão e vice) e a Liga A vencida por uma equipe daqui.
O domínio nacional com anos de hegemonia nas duas categorias, exemplo das finais seguidas entre Minas e Praia, mostra o nível que o voleibol mineiro atingiu”, disse André.
Com projetos tão vitoriosos e promissores, Minas Gerais já pode ser considerada a terra do pão de queijo e do vôlei no Brasil.
Projeto forte que inspira a base do Monte Carmelo
O projeto do Monte Carmelo existe há 29 anos, como Academia de Vôlei, e possui mais quatro unidades (Uberlândia, Coromandel e Vazante). Logo, a chegada do time adulto à elite da Superliga é fruto de um longo trabalho abraçado pela cidade, que já está ansiosa para receber os grandes nomes do voleibol brasileiro.
“Monte Carmelo está ansiosa. Já tivemos uma Superliga A em Monte Carmelo, e o ginásio vai passar agora por uma grande reforma e receber a competição de forma aconchegante. E o título da Superliga B coroou não só o trabalho do projeto, mas também a forma como lidamos com ele. Na A tudo é muito ‘linkado’.
A gente trata uma equipe adulta como referência para a base. São mais de 1.500 crianças treinando em seis cidades. Isso é uma honra para nós, não pelo número, mas também pela qualidade que a gente está desenvolvendo dentro do esporte”, disse Manoel Honorato, supervisor do Monte Carmelo.
Planejamento já começou
JF Vôlei e Monte Carmelo chegaram aos dois primeiros lugares da Superliga B, subiram para a primeira divisão, mas as glórias recentes ficaram no passado. Os dois times têm garantidos no calendário o Campeonato Mineiro, a partir de setembro deste ano, e a Superliga, que começa em outubro. A Copa Brasil, que acontece no meio da Superliga, dependerá do desempenho da dupla para conseguir uma vaga na competição.
“O planejamento da temporada já está em andamento. A principal meta da equipe é fazer uma campanha competitiva na Superliga A e no Campeonato Mineiro”, disse André Silva, técnico do JF Vôlei. “O planejamento já está sendo montado. Queremos não só no próximo ano, mas nos outros anos, chegar entre os oito melhores do Brasil”, explicou Manoel Honorato, supervisor do Monte Carmelo.
Desafio de montar uma equipe competitiva
O JF Vôlei já sabe como é jogar a Superliga A e o que precisa fazer para se manter na primeira divisão do vôlei nacional: ter uma equipe que compita e, quem sabe avance aos playoffs.
“O grande desafio é realmente montar uma equipe competitiva para um outro mundo que é a Superliga. A gente esteve na Superliga durante sete anos, então a gente precisa qualificar o elenco, precisa fortalecer o projeto para que a gente chegue muito forte, mas com objetivos traçados. Eu acho que o primeiro objetivo não é pensar pequeno, é pensar realista: é a permanência, a gente tem que batalhar logo pelas vitórias necessárias para que a gente permaneça, e no segundo momento quem sabe, o que já aconteceu antes, a gente brigar pelas vagas, uma vaga nos Playoffs”, disse Maurício Bara, diretor do JF Vôlei.
Lado financeiro
Tanto Monte Carmelo quanto o JF Vôlei sabem que terão de ser criativos para montar seus elencos para a temporada 2025/2026 e manter suas finanças saudáveis. Maurício Bara, diretor do JF Vôlei, diz que a volta para a Superliga tem de ter um equilíbrio financeiro. “A parte financeira é muito importante para a gente ter um time competitivo. Nossa prioridade é construir um modelo sustentável, respeitando o nosso orçamento”, disse.