Vitória

Sada Cruzeiro: fisioterapeuta supera câncer e agradece por apoio recebido

Alysson Zuin travou por dois anos batalha, deixando para trás dúvidas e insegurança e contando com suporte do time e dos familiares em triunfo pessoal

Por Daniel Ottoni
Publicado em 29 de novembro de 2021 | 05:00
 
 
 
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O drama de enfrentar um câncer foi ainda mais duro para Alysson Zuin, fisioterapeuta do Sada Cruzeiro, pelo momento em que recebeu a notícia. O diagnóstico de que tinha o linfoma não Hodgkin veio em agosto de 2019, apenas quatro meses depois do falecimento do seu pai em virtude de um câncer de pulmão.

Mais de dois anos depois, Zuin está curado, deixando para trás uma mistura de sentimentos, dúvidas, sessões de quimio e radioterapia e muito, mas muito apoio de quem convive com ele diariamente. 

"Eu estava desconfiado que algo poderia estar acontecendo comigo devido a um nódulo na nuca. Fui em um dermatologista e fui encaminhado para um cirurgião, que sugeriu uma biópsia. O linfoma estava no estádio quatro, a metástase estava presente e mais de uma área tinha sido acometida. O tratamento precisou ser feito de forma imediata. No começo, senti uma revolta muito grande e veio a sensação ruim de precisar passar por aquilo tudo logo depois do que tinha acontecido com meu pai", lembra Zuin. 

O tratamento teve início no dia 27 de agosto de 2019 com 18 sessões de quimioterapia, que renderam vários efeitos colaterais, como perda de cabelo, da barba, além de afetar bastante o sistema imunológico.

"Fiquei bem debilitado e não pude mais viajar com o time. Podia fazer meu trabalho normalmente em BH e participar dos jogos em casa, caso não estivesse com excesso de fadiga, além de efeitos colaterais evidentes. Foi assim até janeiro de 2020", conta. 

Não demorou para Zuin se dar conta de que pouco adiantaria permitir que os sentimentos negativos tomassem conta. Era preciso encarar a situação de frente.

"Depois do momento inicial de revolta e tristeza, me dei conta de que muitas pessoas também passavam por isso e que tiveram sucesso no tratamento depois de serem bem acompanhadas. Pensei: 'vou fazer tudo que for necessário e fazer o tratamento completo'. Sabia dos efeitos colaterais mas confiava muito no meu médico. As chances de recuperação completa eram enormes", pondera. 

O fisioterapeuta fez sua última aplicação no dia 28 de outubro. Atualmente, seu estado é "em remissão" e pode-se falar em cura dois anos depois do controle.

"Não há sinais de que a doença esteja ativa, todos os exames até hoje foram muito bons, mas não dá para baixar a guarda", revela. 

Santo remédio

O apoio veio de todos os lados e serviu como um combustível importante para Zuin ter a certeza de que a cura aconteceria, tendo um suporte fundamental não somente da parte médica.

"Os médicos me passaram muita confiança e o apoio da família foi primordial. Todos em volta me ajudaram muito, o pessoal do time também. Tudo isso me deixou tranquilo para fazer o que fosse necessário, ficar afastado se fosse preciso e participar das atividades quando estivesse me sentindo bem. Dividi os trabalhos com o Daniel, o outro fisioterapeuta, ele ia nas viagens e jogos fora e eu atuava nas partidas como mandante. Isso foi legal pra eu não me sentir encostado, fui muito amparado por todos que estavam ao redor", agradece. 

Os remédios foram importantes na recuperação, mas a parte mental teve um peso tão grande quanto para que tudo transcorresse como desejado.

"Esse apoio me fez levar o tratamento da melhor maneira possível. Minha família suportou meus momentos de mau humor e os efeitos colaterais como sonolência e irritação. Elas me ajudaram a passar por isso. Seguir fazendo meu trabalho também ajudou demais, não precisei me recolher de tudo e estar presente dentro do time manteve minha saúde mental em dia", relata. 

A pandemia foi um desafio a mais, uma vez que impediu que Zuin pudesse sair de casa com mais frequência para atividades que pudessem distraí-lo, afim de aliviar toda a pressão do tratamento.

"Quando você tem outras coisas para focar, é mais fácil contornar. Durante o período de maior reclusão da pandemia, foi mais difícil. Comecei a fazer terapia e faço até hoje, isso foi uma ajuda complementar que me ajudou muito a passar pelos períodos de tratamento. Fiz tudo que era possível para manter minha saúde mental em dia", analisa. 

Sentimento pra sempre

A gratidão do Zuin será eterna com aqueles que estiveram ao seu lado durante um dos períodos mais difíceis da sua vida pessoal. Sem o apoio de uma turma grande, as várias conquistas não seriam possíveis.

"A equipe toda foi muito competente, sempre estivemos embasados pela ciência e precisamos acreditar que o resultado será positivo. Não consigo apontar um sentimento único: felicidade, gratidão, alívio e esperança. Estou muito feliz, muito grato por todos que me cercaram nesse período e foram essenciais para essa recuperação, graças ao apoio e compreensão dos limites em vários momentos mais delicados", completa.
 

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