Foi-se o tempo em que os fãs de vôlei dependiam de TV aberta e fechada para acompanhar a modalidade em jogos ao vivo. A CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), de forma gradativa, fez com que mais jogos chegassem ao seu público via plataformas de streaming.

Na temporada 2021/2022, que acaba de se encerrar, as ações foram além da parceria com a NSports e chegaram ao Twitch, via canal da influenciadora Nahzinhaa. A novidade fez com que um perfil ainda mais diverso do voleifã consumisse o produto da Superliga, que terminou com quatro times mineiros brigando pelo lugar mais alto do pódio. O Sada Cruzeiro faturou o maior torneio do país pela sétima vez vencendo o Fiat Gerdau Minas, enquanto o Itambé Minas foi o grande campeão no feminino, superando as rivais do Dentil Praia Clube. 

"Atendemos um público mais jovem, com uma oferta de formato adequada aos gostos desse perfil: consumo por canais digitais, com predominância no mobile, com uma operação leve e que cobre todos os jogos da Superliga. Com a pandemia, o streaming cresceu muito. Um processo que já era estrategicamente importante foi acelerado. Investir em uma abordagem e na distribuição multiplataforma não é uma questão de se diferenciar, mas de estar ligado ao momento atual. A visão é que precisamos rejuvenescer nossa base de fãs para aumentar o número de praticantes e o consumo do esporte", detalha Marcelo Hargreaves, diretor de Superliga e Novos Negócios da CBV. 

Os números comprovam o crescimento dentro de um contexto que parece ser um caminho sem volta. O acordo entre CBV e NSports, que acontece há quatro anos, está firmado até o final da temporada 2023/2024. Diminuir o número de transmissões e fechar os olhos para novas possibilidades que estão ao alcance de emissoras e seus parceiros parece ser algo inconcebível, com opções indo além dos jogos para atender à demanda do público.

Durante a temporada, outros torneios também foram transmitidos via streaming como Mineiro, Sul-Americano e Mundial

"Esse é um caminho que está cada vez mais pavimentado. Já são três temporadas seguidas que o público de vôlei tem 100% das partidas da Superliga transmitidas, o que não havia ocorrido em temporadas anteriores. Isso só foi possível em razão da flexibilidade da atuação via streaming e da transformação digital realizada em conjunto com a CBV. A transmissão de todos os jogos aumenta a gama de opções disponíveis aos fãs, mas não podemos esquecer também da grande quantidade de conteúdo on demand que viabilizamos gratuitamente, como melhores momentos das partidas, recorte de belas jogadas, além de material contando curiosidades e histórias dos atletas envolvidos nos campeonatos. Tudo isso ajuda a atrair mais fãs e, consequentemente, aumenta o alcance das competições", lembra Guilherme Figueiredo, CEO da NSports, que também realiza a transmissão de eventos esportivos de outras modalidades.

"A CBV lançou perfis nas redes sociais dedicados às Superligas feminina e masculina, mas ainda há espaço para desenvolvermos outras ações dentro do arcabouço digital. Planejamos dar passos nessa direção na próxima temporada, com novas ofertas e produtos. Além disso, finalizamos um processo de centralização da nossa base de dados de fãs. Nossos produtos nos dão muitas possibilidades, mas requerem atenções específicas: quadra, praia, conteúdo dentro e fora das quadras, seleções", reforça Marcelo. 

Entidades que buscam a afirmação do seu público, além de estar de olho na renovação de novos fãs, sabem da importância da realidade, usando o streaming em eventos e projetos para fortalecer sua marca e a modalidade. É o caso da Federação Mineira de Vôlei (FMV). 

"Acreditamos muito neste formato. Apesar de propostas, sempre demos prioridade para transmitir torneios via streaming. Este é o caminho do futuro. Quando esta realidade for algo ainda mais presente, estaremos preparados com a estrutura e expertise", pontua o presidente Tomás Mendes. 

Na temporada 2021/2022, um total de 149 jogos da Superliga foram transmitidos pela NSports, muitos com acesso gratuito. O tempo médio assistido por cada usuário subiu de 30 minutos, na temporada anterior, para 37 nesta última. Os plays foram de 380 mil para 396 mil. Os usuários únicos que acessaram a plataforma saíram de 186 mil para 211 mil em apenas um ano, período de aumento no número de horas assistidas (38 mil a mais, chegando as 132 mil). 

Dados da transmissão das Superligas 2021/22 (Masculina e Feminina) no Canal Vôlei Brasil, feito em parceria com a NSports

149 partidas
132.960 horas assistidas (38.000 a mais do que na última temporada)
Tempo médio assistido passou de 30 para 37 minutos
Quantidade de plays passaram de 380.193 para 396.801
Usuários únicos passaram de 186.546 para 211.945

Dados da transmissão no canal da streamer Nahzinhaa, na Twitch (parceria feita com NSports/CBV)

9 partidas (incluindo semifinais e finais)
46.338 plays
31 mil horas assistidas
46.338 plays
41.497 usuários únicos