Uma menina de 6 anos foi beijada a força em uma drogaria no bairro Padre Eustáquio, na região Noroeste de Belo Horizonte, na última quarta-feira (11) por um um funcionário do local, de 33 anos. A menina, aos prantos, ao relatar a situação para a mãe, questionou primeiro "você não vai ficar brava?". Quando a mãe a tranquilizou, ela explicou que um "moço de tranças" a beijou.
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De acordo com o gerente, o homem é uma Pessoa com Deficiência (PCD), e estava em investigação para um diagnóstico de esquizofrenia. O inquérito policial foi finalizado na terça-feira (17/6). O suspeito, preso em flagrante na data dos fatos, foi indiciado por estupro de vulnerável - que é quando é estabelecida qualquer tipo de relação sexual com menor de 14 anos. Ele está em prisão preventiva.
A delegada Karla Moreira, da especializada de plantão de atendimento à mulher, que fez o atendimento da vítima e de sua mãe, disse que esse diagnóstico não minimiza nem justifica o crime. "Não influencia no atual momento, porque deve ser instaurado um laudo de sanidade mental para poder dizer se, de fato, no momento do fato, eles tinham consciência ou não daquele ato ilícito. Então, nesse momento, não podemos dizer de antemão", afirmou.
O delegado da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) Diego Lopes é o responsável pela investigação e destacou que ouviu a mãe do suspeito e que ela afirmou que ele "nunca havia demonstrado comportamento igual ou parecido antes. Ela disse inclusive que ele tem relação com crianças e vizinhos constantemente".
Ele ressaltou a gravidade do crime de estupro de vulnerável, que pode ocorrer em um curto espaço de tempo, e a necessidade de vigilância para proteger crianças contra abusadores. "Nesse caso, tivemos uma situação grave em questão de três ou quatro segundos, por isso precisamos conscientizar a população sobre esses casos para evitar minimizações e garantir que as crianças se sintam seguras ao relatar abusos”, destacou.
O delegado disse ainda que o caso demonstra ainda características de um predador sexual. "É quando o suspeito precisa de um mínimo espaço de tempo, ele fica em busca de atacar rapidamente e sem chamar atenção, como nesse caso".
O caso
De acordo com a delegada Karla Moreira, a mãe e a criança foram até o local para comprar alguns itens. “Em dado momento, enquanto a mãe escolhia alguns produtos, a criança foi andar em outro corredor. Pelas imagens das câmeras de segurança, foi possível ver que o autor do crime se abaixa próximo à criança e a beija. A menina começa a chorar imediatamente e busca ajuda da mãe: ‘você não fica brava se eu contar”, disse criança.
A mulher acionou a gerência do estabelecimento que viu o homem se direcionando à porta da loja para sair. Ele foi impedido de sair pela equipe, enquanto o gerente e a mãe olhavam as imagens das câmeras, que confirmaram o crime. Além disso, duas pessoas entraram no local e viram o fato.
Todos os envolvidos - funcionários, mãe, a vítima e as duas testemunhas - foram ouvidos pela investigação.