A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu na segunda-feira (16) mais um integrante de uma quadrilha especializada em furtar baterias de lítio de antenas de transmissão de dados. Entre os quatro investigados, estão pai e filho, identificados por meio de imagens e redes sociais. O mais recente suspeito estava foragido desde maio, mas se entregou após ser convencido pela família.

“Esse autor do furto qualificado que ocorreu no dia 7 de março, na cidade de Caeté, estava com a prisão preventiva decretada. A família o convenceu a se apresentar na delegacia, e ele integra uma quadrilha organizada nesse tipo de crime”, explicou o delegado Alessandro Santa Gema, da 4ª Delegacia Centro.

“Essas baterias são utilizadas em fazendas solares e vem da China, podem custar até R$ 10 mil”, afirmou o delegado. As duas empresas que denunciaram já estimam prejuízo de R$ 5 milhões

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A PCMG segue em busca do quarto integrante do grupo, Leriton Oliveira Ribeiro, de 29 anos. “Ele já foi preso anteriormente com uma pistola banhada a ouro e pode estar na região de Esmeraldas, mas ainda não temos essa confirmação. A prisão dele é fundamental para concluirmos as investigações e evitar novos prejuízos à população”, finalizou o delegado.

As investigações começaram logo após o crime em Caeté, quando operadoras de telefonia relataram a subtração de baterias de lítio que alimentam antenas. O material furtado é essencial para garantir o funcionamento dos equipamentos mesmo em casos de queda de energia, funcionando como uma espécie de no-break.

Durante a apuração, a PCMG conseguiu identificar os envolvidos com base em imagens de segurança, pesquisas em redes sociais e análise de antecedentes criminais. O mentor do grupo, de 54 anos, foi preso em flagrante no dia 14 de março, enquanto furtava uma antena no bairro Novo Gameleira, em Belo Horizonte. Foi durante essa ação que os investigadores descobriram o laço familiar entre dois dos suspeitos.

“Um dos autores se referia a ele como ‘pai’. A partir daí, identificamos o filho dele, que já era conhecido da polícia por tráfico de drogas e receptação”, contou o delegado.

A quadrilha já é investigada por pelo menos quatro furtos qualificados. Em um dos casos mais graves, em agosto do ano passado, o furto de baterias em uma antena na Serra do Cipó comprometeu o fornecimento de internet e sinal de celular para toda a região. “A ausência do sistema de no-break queimou os circuitos da antena e causou a interrupção dos serviços”, relatou Santa Gema.

Dois veículos também foram apreendidos. Um deles, uma Saveiro, foi flagrado em imagens sendo usado nos crimes. O outro, de origem não comprovada, pode ter sido adquirido com o lucro das atividades ilícitas. O grupo ainda teria furtado aparelhos de ar-condicionado das antenas, revendidos em ferros-velhos.

Segundo a PCMG, a quadrilha não tinha vínculo formal com operadoras de telefonia, mas contava com conhecimento técnico. “Apenas o suspeito mais velho tinha experiência como mecânico e sabia lidar com sistemas elétricos e aparelhos de ar-condicionado, o que facilitava a retirada dos equipamentos das antenas”, disse o delegado.

Essa é a segunda quadrilha presa pela 4ª Delegacia Centro em ações semelhantes. Em fevereiro, outro grupo foi detido em flagrante - neste caso, os criminosos eram funcionários terceirizados de empresas prestadoras de serviço para operadoras e tinham até as chaves de acesso às antenas.