Um homem que se envolveu na Chacina de Itabirito, no dia 8 de agosto de 2020, foi condenado a uma pena de 125 anos e seis meses de prisão nessa terça-feira (22/7). O crime ocorreu na rua Padre José Torquato, no bairro Vila José Lopes, em Itabirito, na região Central do estado, durante uma confraternização familiar de Dia dos Pais. O réu chegou ao local de carro, invadiu a casa da família e efetuou dezenas de disparos de arma de fogo, atingindo nove pessoas. No local do crime morreram uma mulher de 43 anos, dois homens de 20 anos, e uma jovem de 16 anos. Uma semana depois do crime, uma adolescente, de 14 anos, morreu no hospital João XXIII, em Belo Horizonte.
De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), os jurados acolheram todas as teses apresentadas pelo órgão, condenando o réu por cinco homicídios consumados duplamente qualificados, quatro tentativas de homicídio também duplamente qualificados, incluindo uma contra uma criança de dois anos; associação criminosa armada; e oito ameaças. Após a condenação, o juiz manteve o réu preso.
O promotor de Justiça Guilherme de Sá Meneghin ressaltou que o MPMG atuou de forma diligente no caso, desde a instrução na comarca de Itabirito até o Plenário do Julgamento realizado nessa terça (22) em Belo Horizonte. “Vale dizer que uma das vítimas sobreviventes e uma testemunha foram ouvidas de forma sigilosa, pois estão no serviço de proteção a vítimas e testemunhas ameaçadas”.
Ponto mais lucrativo de tráfico motivou execução
A disputa por um espaço mais lucrativo para a venda de drogas foi o que motivou a chacina em Itabirito, no dia 8 de agosto de 2020. Dois homens foram presos 20 dias após o crime. Na época, o delegado titular da Delegacia de Polícia Civil de Itabirito, Frederico Ribeiro de Freitas Mendes, afirmou que uma série de crimes no bairro Padre Adelmo, em Itabirito, culminaram na chacina.
O delegado explicou que entre março e agosto de 2020 a criminalidade ligada ao tráfico aumentou no município, o que motivou uma ação policial no dia 30 de julho daquele ano. Nessa operação, dois integrantes do tráfico foram presos e a venda de drogas no bairro ficou enfraquecida. “A partir do momento que essa operação, aconteceu uma desarticulação do tráfico e os traficantes começaram a buscar locais em que poderiam expandir seus negócios. A região dos macacos, onde houve a chacina, foi o principal alvo”, explicou Mendes.
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Segundo o delegado, a família foi alvo da execução porque se negou a continuar vendendo drogas no local sob comando dos traficantes que disputavam a região. “As pessoas lá vendiam de forma autônima e não queriam se subordinar a venda por parte dos traficantes do Padre Adelmo”, explicou. “A questão financeira foi o principal fator que levou à chacina”, conclui.