A cantora e empresária Preta Gil faleceu neste domingo (20), aos 50 anos, vítima de complicações causadas por um câncer no intestino. Lutando contra a doença desde janeiro de 2023, a artista havia se deslocado para os Estados Unidos em busca de tratamento experimental após o retorno do câncer, mesmo após cirurgias e sessões de quimioterapia e radioterapia realizadas no Brasil. Em Nova York e Washington, ela seguia tentando alternativas de cura, mas seu quadro se agravou nos últimos dias.
Filha de Gilberto Gil e afilhada de Gal Costa, Preta começou sua carreira musical aos 29 anos, deixando para trás a profissão de produtora. Seu álbum de estreia, “Prêt-à-Porter”, ficou marcado pela música “Sinais de Fogo” e pela polêmica capa em que aparecia nua, o que gerou críticas. “Eu lembro que fui mostrar para o meu pai e ele falou: ‘Desnecessário, Preta’. Mas ele sabia o que eu ia enfrentar”, disse em entrevista. Mesmo diante do conservadorismo, a cantora persistiu em sua trajetória.
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O sucesso consolidou-se com o lançamento de outros trabalhos, como o “Baile da Preta”, que percorreu o país reunindo diferentes estilos musicais, refletindo a versatilidade da artista. “Meu ecletismo musical vai de Gilberto Gil até Aviões do Forró”, afirmou Preta. Paralelamente à carreira nos palcos, ela criou o famoso “Bloco da Preta”, um dos maiores do carnaval carioca, chegando a atrair mais de 500 mil foliões em 2017, evento que descrevia como seu “xodó” anual.
Além da música, Preta também explorou a televisão e o mundo empresarial. Participou de novelas e séries, como “Ó Paí, Ó” e “Vai que Cola”, e fundou a agência Mynd, responsável por gerenciar carreiras de diversos artistas, como Luísa Sonza e Pabllo Vittar. Em 2021, a cantora lançou “Meu Xodó” com o filho Fran, música que a ajudou a enfrentar uma fase difícil. “Se não fosse o Fran, talvez eu tivesse perdido a minha voz mesmo”, revelou. O legado de Preta Gil permanece como símbolo de resistência e inovação na música brasileira.
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