Entrevista

Cuca fala pela primeira vez sobre caso de estupro e nega envolvimento

Ao lado da esposa e das filhas, treinador, que está na mira do Atlético, deu entrevista à jornalista Marília Ruiz e disse que não tem culpa de nada

Por Da Redação
Publicado em 02 de março de 2021 | 18:21
 
 
 
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Próximo de ser anunciado como novo treinador do Atlético, o técnico Cuca resolveu falar, pela primeira vez, sobre o caso de violência sexual ocorrido em Berna, na Suíça, em 1987. Quando ainda era jogador do Grêmio, ele e outros atletas se envolveram num episódio, quando acabaram condenados por terem participado de um ato sexual contra uma garota de 13 anos.

O treinador falou sobre o assunto em entrevista à jornalista e colunista do UOL Esporte, Marília Ruiz. "Hoje o mundo está diferente (do que era) há anos muitos atrás, com leis diferentes. Tem uma coisa que me incomoda muito. Há 34 anos, houve um episódio comigo e essas coisas são vistas como se tivesse ocorrido hoje, como se eu fosse condenado e culpado. Para resumir: eu não tenho culpa de nada, não levantei um dedo indevidamente ou inadequadamente para alguma mulher", afirmou o treinador em vídeo gravado ao lado da esposa e das filhas.

"Eu vivo numa casa que 90% é mulher. E nem por isso sou machista. Sempre me adapto e tento fazer o melhor possível. É algo que me incomoda bastante. A gente vai em alguns lugares e tem 'Cuca não' por causa disso ou daquilo. Eu não devo nada a ninguém, sou sou um cara do mal, não fiz nada de errado. Eu não fui julgado e culpado por alguma coisa. Fui julgado à revelia, porque não estava mais no Grêmio nesse julgamento, junto com os outros rapazes", ressaltou.

Na época, Cuca x-goleiro Eduardo, o ex-zagueiro Henrique e o ex-atacante Fernando chegaram a ser detidos por cerca de um mês, na Suíça, só liberados depois de uma intervenção diplomática do governo do Brasil. Nos autos do processo não consta que a menor identificou Cuca como agressor. De toda forma, dois anos depois, Cuca e os envolvidos foram condenados à revelia. A pena de 15 meses de detenção prescreveu.

"É algo que eu tenho uma lembrança muito vaga, até porque não houve nada, não houve estupro. Houve uma condenação por ter uma menor ter adentrado o quarto. E simplesmente isso. Não houve abuso sexual, ou tentativa de abuso. Só que hoje, 34 anos depois, com a força que o movimento vem pegando, a gente vê isso e fica sentido. Resolvi dar um basta nisso, aqui em frente a minha família. É constrangedor vir e dar uma entrevista assim", reforçou o treinador.

Com os recorrentes casos de violência contra a mulher envolvendo jogadores, como os que aconteceram com o atacante Robinho e o goleiro Jean fizeram com que outros episódios fossem lembrados atualmente. Cuca resolveu gravar o vídeo para dar sua versão e poder continuar seu trabalho como treinador.

"Quero treinar ainda grandes equipes e não quer ser nunca um cara mal falado. Minha vida é baseado em conceitos como a família, em fé em Deus e ser uma pessoa honesta e íntegra. Isso se dá muito da convivência com esta família", completou.

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