O Cruzeiro anunciou o nono reforço para a temporada 2021. O atacante Guilherme Bissoli, de 23 anos, chega à Raposa com a missão de aumentar o poder de fogo da linha ofensiva, um problema conhecido desde a última temporada. Jogador bem referendado, acabou não encontrando uma regularidade no Athletico Paranaense, mesmo tendo mostrado números interessantes na última temporada, quando foi o artilheiro do time, com nove gols, sendo seis no Campeonato Paranaense, sendo um dos grandes goleadores no Estadual. 

Como joga Bissoli e como ele pode ajudar no Cruzeiro?

O Super.FC conversou com a repórter Monique Vilela, da rádio Band B, de Curitiba. Na cobertura do Athletico Paranaense, ela acompanhou o desempenho de Bissoli e trouxe suas impressões sobre a passagem do atleta e o que ele pode acrescentar ao atual Cruzeiro. 

"Ele é um atacante ainda jovem, formado nas categorias de base do São Paulo e que teve uma oportunidade de jogar mais profissionalmente no Athletico, quando chegou à equipe atleticana no fim de 2019 para o início de 2020. Ao longo de 2020, até diante de um ano atípico, de pandemia, ele não teve tanta continuidade no ataque atleticano. Mesmo assim, o Bissoli foi o artilheiro do clube na temporada junto com o Nikão, apesar de não ter sido titular e não ter tido grandes atuações neste ataque atleticano", apontou Monique.

"Aqui, no Athletico Paranaense, ele jogava principalmente iniciando esse homem referência, com as jogadas laterais e fazendo a bola chegar dentro da área. O Bissoli é um atacante de referência, mas isso não o impede de trabalhar também buscando essa bola fora da área, já fez isso várias vezes. Ele também tem a questão da potência do chute, o poder de finalização, e a questão de inteligência de construção de jogadas", acrescentou a repórter.

Monique avalia Bissoli como um jogador interessante e que pode se encaixar dentro do Cruzeiro tendo mais oportunidades e, especialmente, sendo mais regular. 

"Ele é um atacante, sim, interessante. Mas, acima de tudo, para que ele renda ainda mais, até por isso acabou sendo emprestado por parte do Athletico Paranaense, necessita de uma sequência, de uma continuidade no time. Como no Athletico Paranaense há outros jogadores no setor, ele seria uma terceira, quarta via, ele jamais teria essa continuidade", finalizou a jornalista. 

Vale a pena ainda ficar com Moreno? E Thiago? 

O certo é que a chegada de Bissoli deixa o ataque celeste ainda mais inchado. São 11 nomes para o setor, incluindo Zé Eduardo, que segue afastado devido a alterações cardíacas detectadas em um exame clínico. Justamente para a função imaginada de Bissoli, o técnico Felipe Conceição conta atualmente com Rafael Sóbis. William Pottker, testado na posição, acabou se tornando este homem centralizado e ainda há Marcelo Moreno e Thiago, se apresentando como terceira e quartas vias para a função de centrovante. 

Seria viável, até mesmo pela questão financeira, manter um jogador tarimbado como Marcelo Moreno para ser um atleta nestas condições. Um reserva de luxo? O comentarista Cadu Doné opinou sobre a situação, envolvendo também o aproveitamento de Thiago. 

"Será que em um hipotético critério para escolher quem negociar entre os dois não seria escolher quem tem o salário mais alto? Até mesmo para aliviar a folha? Aí, no caso, o Marcelo Moreno. Será que para ficar na reserva e jogar de vez em quando não era melhor ter um jovem mais barato do que um veterano caro?", indagou Cadu.

"É claro que não é simples assim. Você precisa ter proposta pelo jogador, mas você pode tentar algo. A gente sabe como é bastidor de futebol. Você pode oferecer o jogador. Aqui, para grandes clubes brasileiros, pode parecer difícil, mas na América do Sul, por exemplo, ele tem mercado mesmo. O Cruzeiro precisa preocupar com finanças, não pode ter 'reserva do reserva do reserva' que custa caro", opinou o comentarista. 

O contrato de Moreno com a Raposa vai até 2022 e, no início do ano, seu nome chegou a ser especulado no Botafogo. O jovem Thiago, sem espaço no atual, elenco, pode ser emprestado para ganhar mais rodagem.