Em sessão virtual na tarde desta terça-feira, o pleno do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) manteve a punição de três jogos com portôes fechados aplicada ao Cruzeiro pelas cenas de bárbarie registradas no derradeiro jogo da equipe pelo Campeonato Brasileiro do ano passado, a partida contra o Palmeiras, no Mineirão. O clube impetrou um recurso, mas ele foi negado pelos auditores. A Raposa ainda foi punida em R$ 50 mil.
A pena será cumprida quando as partidas voltarem a ter público. Com a decisão dos audiores, o Cruzeiro soma cinco jogos com portões fechados, O clube já havia sido penalizado com um jogo no clássico contra o Atlético, e mais uma partida em decorrência dos incidentes registrados no duelo com o CSA, ambos pelo Brasileirão do ano passado.
O clube, representado pelo advogado Theotônio Chermont, buscou diminuir a sentença para uma partida de suspensão, como conseguiu diante do CSA, mas não obteve parecer favorável.
“Os fatos ocorridos foram idênticos nos jogos contra o Atlético, CSA e Palmeiras, e o Cruzeiro não discorda da punição entendendo que ocorreram infrações. O Cruzeiro discorda da dosimetria. O objeto do recurso é a redução da perda de três mandos para uma partida usando os mesmos parâmetros do tribunal em casos análogos. Considerando todos os fatos ocorridos seria humanamente impossível impedir mesmo com todo o esforço feito pelo clube”, disse Theotônio, em defesa do Cruzeiro.
Os auditores não concordaram com a posição do clube. Paulo César Salomão Filho, presidente da sessão, chegou a afirmar em sua decisão que o ocorrido no Mineirão foi um dos 'casos mais graves do século'.
“Um dos casos mais graves do século. A postura da diretoria nesse episódio foi lamentável. A tragédia poderia ser maior, mas também poderia ser evitada. A diretoria não pensou nos torcedores e na segurança. Guerra campal e uma partida que não acabou. Fico tranquilo em aplicar essa penalidade. Tragédia anunciada e estava aclaro para todos nós. Voto com a divergência”, finalizou o magistrado.