A disputa eleitoral da Federação Mineira de Futebol (FMF) começou antes mesmo da publicação do edital, o que aconteceu na manhã de ontem. A situação, liderada pelo atual mandatário da entidade, Adriano Aro, teria colhido assinaturas de clubes antes mesmo da divulgação do documento que regulamenta o pleito, que será no dia 20 de dezembro.
De acordo com o edital da FMF, só é possível a inscrição de uma chapa com assinatura de “no mínimo, 04 (quatro) clubes integrantes do módulo I da primeira divisão de futebol profissional, 03 (três) clubes integrantes do módulo II da primeira divisão de futebol profissional, 04 (quatro) ligas municipais e 05 (cinco) entidades de prática de futebol amador sediadas na capital”.
Uma das chapas inscritas é a da situação, que terá Adriano Aro como mandatário. O dirigente teria procurado o presidente do Grêmio Mineiro de Esportes, Ronaldo Adelino de Almeida, na última sexta-feira (12), para assinar um documento que validasse a sua chapa.
“Eu fui procurado pelo Adriano (Aro, presidente e candidato da FMF) na última sexta-feira e assinei o documento dando apoio à chapa dele. Até falei com um amigo meu, que é da outra chapa. Eu não confio em mais ninguém. Procuram a gente na época da eleição e depois? Ninguém fala mais nada”, disse a O TEMPO.
Sem resposta
Procurada para falar sobre o assunto, a Federação Mineira de Futebol não se manifestou. O presidente da entidade foi procurado pela reportagem às 18h48 (de Brasília) de ontem, mas não se manifestou. A reportagem fica aberta para que a entidade se manifeste.
Fraude eleitoral
A oposição acredita que a situação poderia de caracterizar fraude eleitoral. “Um segundo ponto, que não temos confirmação ainda, mas estamos correndo atrás é de que a federação mineira procurou clubes amadores de Belo Horizonte na sexta-feira para regularizar a situação da chapa. O edital foi publicado somente hoje, eles não poderiam colher assinaturas de chapa antes da publicação do edital. Vamos pesquisar isso melhor para correr atrás da situação”, disse o advogado Thiago Paiva, diretor jurídico da chapa de oposição.
Oposição estuda ação judicial para garantir pleito
Além da situação, outra chapa se desenha pra o pleito: o diretor de futebol do Betim Futebol Clube, Frederico Pacheco, se prepara para concorrer ao cargo nos bastidores. Entretanto, o grupo do dirigente vê problemas no desenho eleitoral.
A reportagem ouviu ainda o advogado Thiago Paiva, representante jurídico da chapa de oposição. Ele explica que vê limitações à criação de uma oposição sólida de acordo com o edital.
“É complicado o colégio eleitoral. Tem as condições de quem poderá votar nas eleições. Cinco dias depois de publicado, você pode ter quem vai concorrer à chapa. Você precisa da validação de quatro times do Módulo I, três do Módulo II, quatro Ligas Municipais e cinco clubes de futebol amador. Mas quando você vê o futebol amador, nós só temos oito clubes regularizados nessa eleição”, comentou a O TEMPO.
“Nós temos cinco dias para tentar ficar elegível. Mas isso por si só impede duas chapas elegíveis na eleição. Quem conseguir cinco assinaturas, o outro não conseguirá cinco. Isso impede que tenha eleição. Estamos preparando isso até judicialmente. Uma eleição que não pode ter mais de uma chapa não é uma eleição”, acrescentou.
A oposição se prepara para entrar com uma ação judicial a fim impugnar o pleito, conforme apurado por O TEMPO. Ainda não há confirmação sobre os detalhes do processo.