O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) entregou nesta quarta-feira (18) o relatório da comissão parlamentar de inquérito (CPI) obre a situação das vítimas — e de seus familiares — do acidente aéreo com a equipe de futebol da Chapecoense, ocorrido em novembro de 2016, em Medellín, na  (Colômbia).

Mas o texto ainda está sujeito a alterações, diante da decisão do colegiado de estender os trabalhos até 11 de julho (data legalmente prevista para o fim dos trabalhos) para realizar novas oitivas. Por esse motivo, Izalci anunciou que não faria a leitura do relatório na reunião desta quarta.

Izalci lembrou que vários senadores, como o próprio Jorginho Mello, Esperidião Amin (PP-SC), Jorge Kajuru (Podemos-GO), Leila Barros (PDT-DF), Nelsinho Trad (PSD-MS) e Romário (PL-RJ), têm participado, desde o início da CPI, das negociações entre os representantes das vítimas e as empresas apontadas como relacionadas aos contratos de seguro e resseguro da aeronave e do voo.

Esperidião Amin expôs os motivos para a continuidade da CPI:

"Se isso fosse o final, seria muito frustrante. Temos que ter uma prorrogação, para que se assentem as bases da negociação. Temos um requerimento reincidente, para ouvir o senhor [representante] da Tokio Marine inglesa. Ele ia falar no dia 31 de março de 2020; não falou por causa da pandemia. E não podemos encerrar a CPI sem fazer um esforço para ouvir a Aon", disse Amin, referindo-se a duas das empresas mencionadas no relatório.

Amin também propôs que a CPI ouça promotores de Justiça de Chapecó (SC) sobre o andamento de uma ação do Ministério Público que busca obter indenização para as vítimas.

Conclusões da CPI da Chapecoense

O relatório da CPI do acidente da Chapecoense conclui que há cinco empresas "igualmente responsáveis pela indenização, uma vez que tiveram participação direta na emissão da apólice de seguro, tudo indica, fraudada": a LaMia Corporation, sediada na Bolívia; a Bisa Seguros, também boliviana, com quem a LaMia contratou seguro; a Tokio Marine Kiln Limited, sediada no Reino Unido, com quem a Bisa contratou resseguro; e as corretoras Aon UK e Grupo Estratégica (antiga Aon Bolívia), que funcionaram como representantes da seguradora e da resseguradora e orientadores da LaMia. Há representação no Brasil da Tokio Marine e da Aon, observa o relatório.

Vítimas

A CPI foi instalada em 11 de dezembro de 2019, com os senadores Jorginho Mello (PL-SC) e Dário Berger (então MDB-SC, hoje PSB-SC) como presidente e vice-presidente, respectivamente. No acidente com o voo da Chapecoense morreram 71 pessoas, dentre elas 68 brasileiros.

Houve seis sobreviventes. A investigação apurou que a causa do acidente foi a perda de controle da aeronave devido ao esgotamento do combustível na aproximação para o pouso. A Chapecoense viajava para enfrentar o Atlético Nacional, de Medellín, na Colômbia, na decisão da Copa Sul-Americana. (Agência Senado)