Tradicionais campos de várzea de Belo Horizonte já estão de cara nova, contando com um visual diferente do que a comunidade e muitos se acostumaram a ver nas últimas décadas. Com iniciativa da prefeitura da capital mineira, o projeto 'Várzea Viva' revitalizou 'terrões, que agora contam com gramado sintético. Assim que a pandemia do coronavírus permitir, a comunidade poderá usufruir dos benefícios.
Outras melhorias foram a instalação de grama sintética, iluminação a LED, alambrados e vestiários. A ação não conta com investimento público e sim dos vencedores das licitações. No campo do Reunidos, por exemplo, o valor superou R$ 1 milhão.
"Os vencedores também devem fazer melhorias em outro equipamento esportivo municipal indicado pela Secretaria de Esportes e Lazer da Prefeitura de Belo Horizonte", lembra Elberto Furtado, secretário municipal de Esportes e Lazer.
A ideia surgiu em 2017 após a constatação de que os campos municipais de várzea poderiam ser qualificados em parceria com investidores. A intenção era beneficiar a população e as comunidades, além de desonerar os cofres públicos.
"Os benefícios vão além da oportunidade de um equipamento esportivo de primeira linha. Envolve meio ambiente, saúde, segurança pública e lazer. A borracha aplicada sobre a grama sintética, em torno de 70 toneladas, são provenientes de pneus retirados das ruas e córregos. O terreno que antes era local de despejo de entulho, carroceiros, endereço fixo de usurário de droga e até mesmo tráfico, passa a ter vida própria com atividades diárias, horário de funcionamento com vigilância presencial e de vídeo, trazendo conforto à prática esportiva e ao convívio social, além de bem-estar aos moradores locais", comenta Vágner Silva, empresário esportivo, responsável pelo investimento no campo do Reunidos.
Os vencedores assinaram contrato de 15 anos, com possibilidade de renovação. "As contrapartidas que cabem aos parceiros são as melhorias obrigatórias já mencionadas, além das ações de caráter social em favor da população. O campo, por exemplo, deve ter horários estipulados para a utilização por times das comunidades e por programas da Prefeitura de Belo Horizonte. Já as escolinhas de futebol que funcionarem nos campos devem reservar de 20% a 30% das vagas para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social", detalha o secretário.
Até o momento, foram feitas três revitalizações nos campos do Inconfidência, Santa Cruz e Reunidos.
"Todos aprovaram a ideia. Acabou a poeira que sujava as casas, foi uma nova oportunidade de lazer aqui no bairro. Agora, temos um campo de qualidade, vamos ter mais crianças praticando esporte, além de um conforto para os times que virão jogar aqui", comenta Alexandre Ferreira, presidente do Reunidos Esporte Clube.