Assim como o mundo, Glover Teixeira vem sofrendo com as mudanças por conta da pandemia do novo coronavírus. O lutador do UFC, que enfrentaria Anthony Smith, no dia 25 abril, em Nebraska, nos Estados Unidos, se viu obrigado a interromper o treinamento, mudar a preparação e aguardar o período em que estaria de volta ao octógono.

Remarcada para a próxima quarta-feira, dia 13, a luta contra Smith marcará definitivamente o retorno do UFC em plena quarentena. O primeiro evento aconteceu neste sábado (9), em Jacksonville, na Flórida, local onde Glover enfrentará Anthony Smith. A entidade ainda fará outro card de luta, no próximo sábado, na mesma cidade.

Com todas as mudanças na preparação, local e data da luta, Glover reconhece que precisou ter equilíbrio psicológico para encarar a situação.

"A gente tem que ter muita força mental. A mudança da data, do local, fez com que a gente se preparasse psicologicamente para a luta. Estou sendo forte para encarar isso tudo. A preparação foi feita para o dia 25, depois a gente parou um pouco. Quando foi marcada para o dia 13 de maio, voltamos 100% para estar pronto para esta quarta-feira", disse.

Um fator curioso será a ausência de público, uma vez que, apesar do estado da Flórida ter permitido a realização do evento, é proibido a presença da torcida para evitar a aglomeração.

"Eu nunca lutei sem público. Vai ser chato. Estou me preparando para lutar sem público. Não quero que isso tire meu foco. Mas é chato. O público é o centro de tudo. Não quero me acostumar com isso. Eu adoro lutar com público. Mas estou preparado para lutar sem público", declarou Glover.

Aos 40 anos, Glover mora nos Estados Unidos, porém, tem contato diário com os familiares do Brasil. Natural de Sobrália, Norte de Minas, o lutador não esconde a preocupação por conta da pandemia.

"Graças a Deus, Sobrália não tem caso nenhum. Está todo mundo bem lá, graças a Deus. Todo dia eu mantenho o contato. Pelo whatsapp, tenho o grupo da família, aí é bom demais. Já aqui em Nova Iorque, onde moro, eu vou de casa para academia, da academia para a cara. Está tudo fechado. Minha academia também está fechada para o público. É muito chato tudo isso".

Cinturão

Oitavo colocado na categoria meio-pesado, cujo o campeão é Jon Jones, Glover Teixeira quer vencer Anthony Smith, atual terceiro da categoria, para se tornar um postulante ao cinturão, no ano que vem.

Pelos cálculos de Glover, mais duas lutas podem recolocá-lo no caminho da disputa pelo título, algo que já aconteceu em 2014, quando foi derrotado pelo próprio Jon Jones, por decisão.

"Vencendo o Anthony Smith agora eu vou ficar o top 3 da categoria. Aí é pensar no cinturão. Creio que devo lutar mais uma vez depois do Anthony Smith e aí sim lutar pelo cinturão. Não tem como não pensar no cinturão. É um sonho para mim", acredita Glover, que não pensa em aposentadoria, mesmo já tendo chegado aos 40 anos.

Para o duelo contra Smith, de 30 anos, Glover espera uma luta dura, cuja a experiência falará mais alto.

"Acho que o Anthony Smith é um cara que tem um strike bom, um jiu-jitsu bom. Acho que vai ser uma luta lá e cá. Mas acredito na minha vitória. Pela minha experiência, eu acredito. Acho que nos rounds finais eu consiga um nocaute", concluiu.